Uma descoberta inédita chamou a atenção de paleontólogos na Arábia Saudita: restos mumificados naturalmente de chitas foram encontrados em uma caverna no norte do país. Essa é a primeira vez que grandes felinos aparecem nesse estado de preservação naturalmente.
As chitas eram comuns em toda a Península Arábica, mas perderam cerca de 98% de seu território. Dentro da chamada rede de cavernas Lauga, os pesquisadores localizaram sete indivíduos mumificados e os esqueletos de outros 54, além de restos de suas presas, segundo informações do portal IFLScience.
Descoberta histórica sobre grandes felinos
As análises mostraram que os exemplares mais antigos datam de 4.223 anos, enquanto o mais recente, encontrado ainda mumificado, teria apenas 127 anos. Os registros revelam que parte dos felinos estava geneticamente ligada à chita do noroeste africano, enquanto outros se aproximavam mais da chita asiática.

Esse achado ganha ainda mais relevância porque nunca um grande felino moderno havia sido encontrado mumificado de forma natural. No ano passado, filhotes de tigres-dente-de-sabre congelados foram descobertos no permafrost da Sibéria, mas esses animais pertencem a uma linhagem distinta das chitas, leões e tigres atuais.
Na hora certa, no lugar certo
Os especialistas acreditam que as condições da caverna criaram o ambiente perfeito para a preservação dos corpos. Até então, só se conheciam casos de felinos mumificados artificialmente, como os gatos domésticos usados em rituais no Egito Antigo.

Um detalhe curioso é que chitas modernas não costumam usar cavernas como abrigo ou para guardar presas. Já o parente extinto, conhecido como chita-americana, utilizava esse tipo de ambiente para se proteger e armazenar alimento.
Há também a possibilidade de que os animais tenham simplesmente caído em partes íngremes ou escorregadias da caverna, ficando presos sem conseguir sair. Câmeras instaladas no local registraram que lobos ainda frequentam essas cavernas, o que sugere que a região continua sendo refúgio para predadores.
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Para os cientistas, os restos mumificados representam uma janela para entender não apenas o passado da fauna da região, mas também o futuro. O estudo sugere que esses dados podem servir de base para avaliar um possível projeto de reintrodução de chitas na Península Arábica, de onde foram extintas.
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