Estamos nos preparando para retornar à Lua nos próximos anos com o projeto Artemis, mas os planos da NASA vão muito além de simplesmente pousar novamente em nosso satélite natural. Na última quinta-feira (31), o atual administrador interino da NASA, Sean Duffy, emitiu uma diretriz pedindo que a agência intensifique os esforços para construir um reator nuclear lunar.
De acordo com o documento divulgado pelo site Politico, o objetivo é “avançar adequadamente essa tecnologia crítica para dar suporte a uma futura economia lunar, gerar energia de alta potência em Marte e fortalecer nossa segurança nacional no espaço. É imperativo que a agência aja rapidamente.”
A diretriz também alerta para os planos da Rússia e da China, principais concorrentes dos Estados Unidos no espaço atualmente, de avançar com um reator na Lua em meados da década de 2030.

O documento ainda menciona uma possível nova corrida espacial, destacando que, se algum dos outros países instalar um reator primeiro, poderá criar uma “zona de exclusão” que deixaria os EUA de fora da base lunar.
Como o projeto deve avançar?
A diretriz prevê a nomeação de um funcionário da NASA para supervisionar o projeto em até 30 dias e a solicitação de propostas de empresas comerciais em até 60 dias.
Segundo o documento, o reator deverá gerar pelo menos 100 quilowatts de energia elétrica e estar pronto para ser lançado até o final de 2029. Essa quantidade de energia é suficiente para abastecer cerca de 80 residências nos EUA.

Reator na Lua não é um plano novo
A NASA já havia anunciado em 2024 um programa para criar fontes de energia seguras, limpas e confiáveis na Lua, onde cada noite dura cerca de 14,5 dias terrestres, dificultando o uso de energia solar.
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“A noite lunar é um desafio do ponto de vista técnico. Portanto, ter uma fonte de energia como esse reator nuclear, que opera independentemente do Sol, é uma opção que viabiliza a exploração de longo prazo e os esforços científicos na Lua”, disse em 2024 Trudy Kortes, diretora do programa de missões de demonstração de tecnologia da Diretoria de Missões de Tecnologia Espacial da NASA.
O novo anúncio deve dar continuidade ao programa do ano passado, quando várias empresas foram selecionadas para desenvolver o projeto. Elas foram encarregadas de elaborar o planejamento, incluindo custos e prazos.
A NASA estabeleceu poucas diretrizes para o reator e concedeu liberdade às empresas para definirem a abordagem. Resta saber se isso será mantido com a nova administração.
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