NASA aponta vazamento entre 50 áreas de preocupação na estação espacial

Recentemente, o Escritório do Inspetor Geral (OIG) da NASA divulgou um relatório que aponta 50 “áreas de preocupação” relacionadas à segurança da Estação Espacial Internacional (ISS) – sendo o principal deles um vazamento contínuo no lado russo que já dura cinco anos.

Quatro rachaduras específicas requerem mais cuidado, de acordo com o relatório. Elas já foram remendadas com selante pela Roscosmos, com correções em andamento. Apesar das medidas, a situação permanece como um risco crítico, recebendo a pontuação máxima 5 em avaliações internas da NASA.

“Transmitimos a seriedade do problema várias vezes, inclusive quando estive na Rússia no início deste ano”, comentou o administrador associado da NASA Jim Free em entrevista ao jornal The Washington Post. Como os vazamentos são adjacentes a uma escotilha, Free acrescentou que a Roscosmos concordou em fechar a escotilha o máximo possível. “Chegamos a um acordo de que eles a fechem à noite”.

Módulo Zvezda, no segmento russo da ISS, onde um vazamento de ar perdura desde 2019. Crédito: NASA

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Os astronautas da NASA permanecem na seção norte-americana da estação, próximos aos seus veículos de evacuação, para garantir evacuação em segurança em caso de emergência. A agência, no entanto, afirma que o vazamento não representa uma ameaça imediata à tripulação. 

Em uma entrevista coletiva concedida no início do ano, Joel Montalbano, gerente do programa da ISS, disse que, embora o vazamento seja motivo de preocupação, ele não afeta de imediato as operações do veículo.

Segundo o relatório do OIG, o fluxo de ar escapando aumentou temporariamente para 2,4 libras diárias em abril de 2024, muito acima da média histórica de 0,2 libras por dia. O ar vaza de um túnel de transferência no módulo russo Zvezda, lançado em 2000. 

Interior do módulo Zvezda, que foi a primeira contribuição totalmente russa para a Estação Espacial Internacional. Crédito: Reprodução/Google Earth

À medida que a ISS envelhece, a manutenção se torna essencial para garantir a operação até 2030. Além do vazamento, o OIG está avaliando outros riscos que podem comprometer o funcionamento do laboratório orbital, como impactos de micrometeoroides e problemas na cadeia de suprimentos.

A estação espacial é gerida pela NASA, Roscosmos e uma coalizão internacional, incluindo agências europeia, japonesa e canadense. Atualmente, ela está em órbita há 10 anos a mais do que o previsto. 

Há pouco tempo, foram identificadas 588 peças de reposição sendo usadas além da vida útil planejada. A desativação da estrutura está programada para 2031, com a expectativa de que seja substituída por empreendimentos comerciais de empresas como Axiom Space, Sierra Nevada, Blue Origin, Voyager Space e Vast. No entanto, não se sabe se essas empresas terão suas estações prontas a tempo para a transição.

A NASA contratou a SpaceX para desenvolver uma espaçonave do tipo Dragon, que será responsável pela desorbitação da ISS. O OIG pretende monitorar de perto os cronogramas, custos e riscos associados a essa missão.

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