A missão ESCAPADE da NASA, rumo a Marte, decolou nesta quinta-feira (13) a bordo do foguete New Glenn, da Blue Origin, por volta das 17h57, no horário de Brasília, diretamente da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos. Marcado originalmente para o último domingo (9), o voo sofreu dois adiamentos, sendo o último deles por conta de uma explosão solar.
Esse foi o segundo lançamento do maior foguete da empresa de Jeff Bezos e marca apenas o começo da longa viagem que a ESCAPADE vai fazer rumo ao planeta vermelho.
A missão é a primeira para Marte a ser lançada em mais de cinco anos, desde que a NASA enviou o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity ao Planeta Vermelho em 30 de julho de 2020.
Como foi o lançamento?
A Blue Origin lançou o foguete de sua plataforma no Complexo de Lançamento 36, na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral. O voo prosseguiu conforme o planejado, com o corte do motor principal e a separação dos estágios ocorrendo cerca de três minutos após a decolagem.
O segundo estágio do foguete continuou em frente para levar a ESCAPADE ao espaço, enquanto o primeiro estágio do New Glenn iniciou uma série de manobras de desaceleração para tentar pousar no navio de recuperação da Blue Origin, que ficou esperando a cerca de 604 quilômetros de distância, no Oceano Atlântico.
Aproximadamente sete minutos após o lançamento, enquanto o foguete New Glenn reentrava na atmosfera terrestre, três de seus sete motores foram religados. Dois minutos depois, o foguete realizou um pouso propulsivo, aterrissando verticalmente na balsa.
Essa é a segunda empresa a conseguir fazer isso, atrás apenas da SpaceX, que conseguiu o feito com o Falcon 9.

Como será a missão?
A espaçonave da Blue Origin está levando a missão ESCAPADE (sigla em inglês para “Exploradores da Fuga e Dinâmica do Plasma Marciano”), composta por dois satélites gêmeos construídos pela Rocket Lab e coordenados pela Universidade da Califórnia em Berkeley: as sondas Blue e Gold.

O objetivo da missão é investigar como o vento solar interage com o campo magnético e a atmosfera superior de Marte. Entender essa relação pode ajudar a explicar por que o planeta perdeu a maior parte de sua atmosfera original e como isso afetou suas condições para a vida.
Segundo o pesquisador Rob Lillis, responsável pelo projeto, os dados também ajudarão a prever tempestades solares capazes de colocar em risco astronautas em futuras missões. “Faremos as medições de clima espacial necessárias para entendermos o sistema suficientemente bem para prever tempestades solares cuja radiação poderia prejudicar os astronautas na superfície de Marte ou em órbita”, disse ele em um comunicado.
Diferentemente de outras missões dedicadas a Marte, a ESCAPADE foi lançada durante a janela ideal para ir ao planeta – que ocorre a cada dois anos. Em vez disso, ela seguirá uma rota alternativa, permanecendo por cerca de um ano próximo ao ponto de Lagrange L2, entre a Terra e o Sol. Depois, fará um sobrevoo da Terra em 2026, ajustando sua trajetória até chegar a Marte 10 meses depois, em 2027. Ele ficará por lá por cerca de 11 meses.
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