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NASA vai deixar o clima de lado para focar na exploração espacial

by Fesouza
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Sean Duffy, administrador interino da NASA, revelou que a agência vai reduzir o foco em ciência climática para concentrar esforços na exploração do espaço

A declaração reforça a proposta de orçamento do presidente Donald Trump, que prevê cortes em programas de ciências da Terra e coloca diversas missões em risco. Pesquisadores alertam que isso pode criar lacunas no monitoramento climático e prejudicar previsões meteorológicas.

Em resumo:

  • Chefe temporário afirma que a NASA vai reduzir o foco no clima da Terra para priorizar o espaço;
  • Proposta do governo Trump afeta programas da Terra e missões futuras nesse sentido;
  • O foco deve ser na volta à Lua, conquista de Marte e exploração da órbita baixa terrestre;
  • Cortes podem prejudicar monitoramento climático e previsões meteorológicas confiáveis;
  • Decisão final sobre verbas e continuidade de missões caberá ao Congresso.
NASA vai deixar o clima de lado para focar na exploração espacial
Secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy foi nomeado por Donald Trump em julho para chefiar a NASA interinamente. Crédito: NASA/Bill Ingalls

“NASA deve explorar o espaço, não estudar o clima”

Em entrevista à Fox Business, Duffy afirmou que a função da NASA é explorar o espaço, e não estudar o clima da Terra. “Toda a ciência climática e todas as prioridades anteriores vamos deixar de lado. Todo o trabalho será direcionado à exploração, que é o verdadeiro propósito da NASA”, disse ele ao programa Mornings with Maria.

O chefe temporário criticou a “mistura de prioridades” da agência e disse que a ciência futura vai se concentrar em missões para a Lua, Marte e órbita baixa da Terra após a desativação da Estação Espacial Internacional (ISS), prevista para depois de 2030. Ele citou o histórico de inspiração das missões Apollo e comparou com programas atuais como o Artemis, que pretende pousar astronautas novamente em solo lunar.

Representação de foguete passando em frente à Lua
A NASA deve focar exclusivamente em missões espaciais, como o Programa Artemis, que deve levar a humanidade de volta à Lua, e deixar de se dedicar às ciências da Terra. Crédito: Vadim Sadovski – Shutterstock

Durante visita ao Centro Espacial Johnson, em Houston, na segunda-feira (18), Duffy ressaltou que outras agências podem liderar pesquisas climáticas, mas apenas a NASA pode apoiar voos espaciais tripulados. Ele afirmou que a agência seguirá as diretrizes orçamentárias do Congresso, mas reforçou que seu foco principal será a exploração espacial.

Um comunicado enviado pela NASA por email ao site Space.com afirma que os comentários de Duffy refletem uma visão ampla, não uma decisão formal. Segundo a mensagem, nenhuma missão foi cortada ou cancelada até o momento, e os recursos finais ainda dependem da aprovação do Congresso.

Embora o programa de ciências da Terra da NASA seja um dos maiores provedores mundiais de dados climáticos e meteorológicos, durante ambos os mandatos de Trump, houve tentativas de reduzir esse foco. Entre as missões ameaçadas estão a Orbiting Carbon Observatory 3 (OCO-3) e o CLARREO Pathfinder. Para 2026, a proposta prevê reduzir em 47% o financiamento científico da NASA, cortando mais da metade da ciência da Terra.

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Pesquisa climática global deve enfrentar redução sem precedentes

Especialistas alertam que esses cortes podem comprometer registros históricos de medições do nível do mar, ciclos de carbono e dinâmica atmosférica. Defensores da mudança dizem que outras agências, como a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), poderiam assumir parte do monitoramento, liberando a NASA para priorizar a exploração espacial.

Apesar da pressão política, vários satélites e instrumentos de ciência da Terra permanecem operacionais. O OCO-3 monitora CO₂ desde 2019, o Sentinel-6 Michael Freilich mede elevação do nível do mar desde 2020 e o Landsat 9 dá continuidade a um legado de imagens do planeta iniciado em 1972.

NASA vai deixar o clima de lado para focar na exploração espacial
Representação artística do satélite Aqua, parte do Sistema de Observação da Terra da NASA, que desde 2002 levanta dados essenciais da dinâmica e dos processos globais que ocorrem no solo, na criosfera, nos oceanos e na atmosfera terrestres. Crédito: NASA

Os cortes propostos para 2026 poderiam encerrar o apoio a quase 40 missões científicas, muitas voltadas para a Terra, o que representaria uma redução sem precedentes na pesquisa climática global. A decisão final caberá ao Congresso, que deve definir as verbas em outubro, apesar de já haver resistência às reduções mais drásticas.

Dentro da NASA, funcionários e prestadores de serviços também demonstram preocupação. Alguns receberam avisos de “risco” sobre a continuidade de seus cargos após 30 de setembro, enquanto decisões políticas ainda discutem o futuro da agência.

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