A geração de imagens através de inteligência artificial já deu o que falar na Netflix. No ano passado, o documentário “What Jennifer Did” sobre o assassinato de uma jovem no Canadá foi criticado por utilizar a tecnologia misturando fotos reais do caso. Agora, o streaming quer evitar polêmicas semelhantes com um guia de orientações para uso de IA.
“Dadas as sensibilidades em torno do uso dessas ferramentas e a evolução do cenário jurídico, é essencial agir com responsabilidade ao empregar fluxos de trabalho generativos. A Netflix pede aos parceiros que considerem princípios orientadores antes de utilizar o GenAI em qualquer fluxo de trabalho criativo”, diz a plataforma.
Princípios orientadores
- Os resultados não replicam ou recriam substancialmente características identificáveis de material sem propriedade ou protegido por direitos autorais, nem infringem quaisquer obras protegidas por direitos autorais;
- As ferramentas generativas usadas não armazenam, reutilizam ou treinam em entradas ou saídas de dados de produção;
- Sempre que possível, ferramentas generativas são usadas em um ambiente empresarial seguro para proteger entradas;
- O material gerado é temporário e não faz parte dos resultados finais;
- O GenAI não é usado para substituir ou gerar novas performances de talentos ou trabalhos cobertos pelo sindicato sem consentimento.
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Uso com cautela
Para a Netflix, o conteúdo gerado por IA deve ser usado com cautela. Os mesmos padrões criativos e legais se aplicam aos recursos produzidos tradicionalmente, seja criando um mundo, um personagem ou uma obra de arte que apareça em uma cena, como gerar uma segunda boneca assassina para jogar o jogo da luz com Young-hee em Round 6, por exemplo.
Além disso, a IA não deve ser usada para gerar personagens principais, elementos visuais principais ou cenários fictícios que sejam centrais para a história sem aprovação por escrito, assim como modelos de IA não devem ser treinados usando materiais de detentores de direitos sem autorização legal adequada, segundo o guia.
E a plataforma garante que “o respeito pelos artistas e seu trabalho é fundamental para o uso responsável do GenAI” — o streaming pede cuidado extra na geração de imagens que possam modificar a intenção ou o caráter de uma performance, como alteração da sincronização labial.
“O público deve poder confiar no que vê e ouve na tela. A GenAI (se usada sem cuidado) pode confundir a linha entre ficção e realidade ou enganar os espectadores involuntariamente”, finaliza o comunicado.
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