A Netflix está ampliando sua aposta em novos formatos de conteúdo e decidiu avançar de forma mais consistente no universo dos podcasts, agora com foco específico em produções em vídeo.
A empresa anunciou uma parceria com a iHeartMedia para levar 14 podcasts em formato audiovisual de forma exclusiva para a plataforma a partir do início de 2026, nos Estados Unidos, com previsão de expansão para outros mercados posteriormente. As informações são do portal TechCrunch.
O acordo representa o segundo grande movimento recente da Netflix no setor de podcasts, poucos meses após a empresa revelar uma colaboração semelhante com o Spotify. A estratégia indica que o streaming busca diversificar sua oferta além de séries e filmes tradicionais, mirando públicos que consomem conteúdo de forma mais casual e contínua.
Netflix aposta em podcasts em vídeo para ampliar audiência
Segundo o comunicado, a parceria com a iHeartMedia inclui todos os novos episódios em vídeo dos podcasts selecionados, além de um conjunto de episódios de arquivo.
Apesar da exclusividade do vídeo na Netflix, a iHeartMedia continuará responsável pelos direitos e pela distribuição do áudio, garantindo que os programas permaneçam disponíveis em plataformas tradicionais de podcasts, como o iHeartRadio e outros serviços do mercado.
Entre os títulos confirmados estão produções de gêneros variados, como comédia, crime, história, psicologia e esportes, muitas delas já consolidadas junto ao público. A presença de nomes conhecidos, como Chelsea Handler, Charlamagne e as criadoras de “My Favorite Murder”, reforça a tentativa da Netflix de atrair espectadores que já acompanham esses conteúdos em outras plataformas.
Com essa iniciativa, a Netflix espera conquistar usuários que preferem consumir podcasts em formato de vídeo, um público que hoje se concentra majoritariamente no YouTube.
Ao mesmo tempo, o movimento levanta questionamentos sobre o impacto para criadores e fãs, já que a retirada das versões em vídeo dessas produções do YouTube pode reduzir alcance e receitas publicitárias, além de exigir uma mudança de hábito do público.
Estratégia faz parte da diversificação do catálogo da empresa
A entrada mais agressiva da Netflix no mercado de podcasts se insere em uma estratégia mais ampla de diversificação. A empresa vem buscando ampliar sua presença na chamada creator economy, firmando acordos com criadores populares do YouTube, como Ms. Rachel e Mark Rober, e lançando novos formatos de entretenimento, incluindo jogos para serem exibidos diretamente na TV.
Além disso, a Netflix tem explorado conteúdos pensados para consumo menos atento, semelhantes ao uso tradicional dos podcasts como “companhia sonora” no dia a dia. Essa tendência também vem sendo observada em outros serviços de streaming, que disputam o tempo do usuário com conteúdos que não exigem atenção total.
No caso específico do acordo com a iHeartMedia, os seguintes podcasts fazem parte da parceria anunciada:
- The Breakfast Club
- Bobby Bones Presents: The Bobbycast
- My Favorite Murder
- Dear Chelsea
- Joe and Jada
- This Is Important
- The Psychology of Your 20s
- Behind the Bastards
- Stuff They Don’t Want You to Know
- Stuff You Missed in History Class
- Stuff to Blow Your Mind
- New Rory & MAL
- 3 and Out with John Middlekauff
- Buried Bones
Antes desse acordo, a Netflix já havia anunciado que exibiria podcasts em vídeo oriundos do Spotify, como “The Bill Simmons Podcast” e “The Zach Lowe Show”. A repetição do modelo sugere que a empresa enxerga esse tipo de conteúdo como uma frente estratégica de crescimento.
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Ao apostar em podcasts em vídeo, a Netflix sinaliza que pretende competir diretamente com plataformas já consolidadas nesse formato, ao mesmo tempo em que amplia seu catálogo para além do entretenimento tradicional.
Resta saber se o público aceitará migrar para o streaming para consumir um tipo de conteúdo que, historicamente, sempre foi associado à liberdade de plataformas e ao consumo multiplataforma.
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