Há pouco mais de um mês, quatro ninhos de vespas radioativos foram descobertos em uma área restrita da Usina de Savannah River (SRS), na Carolina do Sul, EUA. A instalação pertence ao Departamento de Energia do país (DOE) e foi criada nos anos 1950 para produzir materiais usados em armas nucleares, como plutônio e trítio.
Após a eliminação das vespas com spray químico, os ninhos foram analisados e apresentaram níveis extremamente elevados de radioatividade – cerca de 100 mil desintegrações por minuto para cada metro quadrado, o que é mais de 10 vezes o limite seguro estabelecido pelas regulamentações federais.

Ninhos de vespas radioativos não contaminaram o solo
Segundo um relatório recém-divulgado pelo DOE, os ninhos foram removidos e tratados como resíduos perigosos, mas não houve contaminação do solo ou da área ao redor.
Especialistas acreditam que as vespas usaram fragmentos contaminados de áreas abandonadas da usina para construir os ninhos. O complexo tem mais de 800 km² e ainda abriga um laboratório que realiza pesquisas nucleares e atua em segurança nacional. Durante a Guerra Fria, o local teve papel central na produção de materiais para bombas de hidrogênio.

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Desde o fim da produção de armas nucleares, em 1992, a SRS passou a focar na limpeza do local e em pesquisas civis. Ainda assim, a usina continua trabalhando com trítio e armazenando resíduos radioativos de reatores usados em vários países.
A descontaminação da área deve se estender por décadas. Entre as tarefas, estão o tratamento de 129 milhões de litros de resíduos líquidos, o descarte seguro de plutônio, o desmonte de instalações antigas (ainda restam 43 tanques subterrâneos em uso, após oito terem sido fechados) e a limpeza contínua do solo.

Ambientalistas cobram transparência do DOE
Embora pesquisas anteriores tenham indicado baixos níveis de contaminação em animais marinhos da região, a descoberta dos ninhos reacendeu preocupações.
Em mensagem de texto enviada à agência de notícias Associated Press, Tom Clements, diretor executivo do grupo de proteção ambiental SRS Watch, criticou o relatório oficial, cobrando mais transparência sobre a origem da contaminação das vespas: “Estou furioso porque a SRS não explicou de onde vieram os resíduos radioativos ou se há algum tipo de vazamento nos tanques de resíduos que o público deva saber”.
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