Nova tecnologia brasileira identifica conservante proibido em água, suco e vinho

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um sensor inovador capaz de identificar a presença de nitrito de sódio (NaNO₂) em bebidas como água mineral, suco de laranja e vinho.

O nitrito é usado como conservante e para dar cor a produtos como presunto, bacon e salsichas, mas pode gerar nitrosaminas, compostos com potencial cancerígeno. Além disso, seu uso em bebidas é proibido no Brasil e em outros países, destaca o estudo.

Pesquisadores da UFSCar desenvolveram um sensor à base de cortiça para detectar conservante com potencial cancerígeno em bebidas. Imagem: DavideAngelini/Shutterstock

Sensor de cortiça detecta conservante proibido

O sensor foi desenvolvido por meio de um processo sustentável e de baixo custo, utilizando cortiça (material comum em rolhas de vinho) e tecnologia a laser para gerar grafeno, forma de carbono altamente condutiva.

[Buscamos] desenvolver uma forma simples, rápida e acessível de detectar o composto e garantir a qualidade e a segurança do consumo de líquidos.

Bruno Campos Janegitz, líder do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar, em comunicado.

A produção do dispositivo pode ser resumida em cinco etapas principais:

  • Pesquisadores usaram cortiça, material leve, barato e sustentável.
  • Aplicaram laser sobre a cortiça, formando caminhos condutores de eletricidade.
  • Depois, aplicaram spray à prova d’água e esmalte de unhas para delimitar a área sensível.
  • Diluíram líquidos (água, suco e vinho) em solução eletrolítica e aplicaram no sensor.
  • Verificaram sensibilidade, estabilidade e capacidade de detectar nitrito em concentrações seguras.
O nitrito é usado como conservante e para dar cor a produtos como presunto, bacon e salsichas, mas é proibido em bebidas no Brasil. Imagem: Dmytro Chernykov/iStock

Resultado foi considerado excelente

O sensor apresentou excelente desempenho, detectando nitrito em níveis relevantes para a segurança alimentar. Janegitz destaca que o projeto ainda está em fase de validação laboratorial e que o design precisa ser aprimorado para uso prático.

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Além disso, a tecnologia combina sustentabilidade e eficiência, dispensando o uso de reagentes tóxicos e aproveitando um material natural e barato.

Água, vinho e suco de laranja foram diluídos em uma solução e aplicado no sensor para detectar o nível de concentração de nitrito. Imagem: Jag_cz/Shutterstock

Ele também ressaltou a importância do grupo de pesquisa da UFSCar, que contou com o apoio da FAPESP, incluindo a mestranda Beatriz Germinare, primeira autora do estudo, que desenvolveu a pesquisa com bolsa de iniciação científica da Fundação.

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