Nova tecnologia de terahertz pode reduzir o custo de veículos autônomos

Os carros autônomos estão prestes a ganhar um salto tecnológico promissor. A startup Teradar, de Boston, aposta em sensores de terahertz para oferecer uma visão muito mais precisa do ambiente, mesmo sob chuva, neve, neblina ou baixa luminosidade.

A empresa afirma que essa tecnologia pode superar câmeras, radares e sensores LiDAR atuais, abrindo caminho para veículos de Nível 3 mais seguros e acessíveis, explica a New Atlas.

Sensores de terahertz da Teradar prometem ampliar a precisão dos veículos autônomos, mesmo sob chuva, neve ou neblina. Imagem: Andrey_Popov/Shutterstock

Uma nova janela no espectro eletromagnético

Os sensores da Teradar utilizam uma faixa pouco explorada do espectro: frequências de terahertz acima do radar e abaixo do infravermelho usado pelo LiDAR. Esse intervalo permite captar detalhes que os sistemas atuais não conseguem, especialmente quando as condições climáticas reduzem a visibilidade.

Segundo a empresa, seus sensores de estado sólido entregam resolução nativa até 20 vezes superior a do radar tradicional e alcançam distâncias superiores a 300 metros. Isso possibilita que veículos autônomos de Nível 3 executem tarefas complexas sem intervenção constante, embora ainda exijam um motorista pronto para assumir o comando.

A abordagem também promete reduzir custos. A startup destaca que a tecnologia pode ser integrada com mais facilidade e menor investimento do que a combinação de radar e LiDAR usada em muitos modelos atuais.

Tecnologia de terahertz da Teradar busca superar câmeras, radares e LiDAR, elevando a segurança dos veículos autônomos de Nível 3. Imagem: Divulgação/Teradar

Financiamento robusto e foco em aplicações automotivas

Ao TechCrunch, a Teradar afirmou que trabalha em sistemas de terahertz há vários anos, realizando demonstrações para fabricantes e avançando no desenvolvimento. O esforço resultou em uma rodada Série B de US$ 150 milhões (R$ 795 milhões).

Nunca consegui levantar fundos sem antes dedicar bastante tempo a demonstrações com pessoas tentando descobrir como o sistema funcionava. E é assim que deve ser, certo?

Matt Carey, cofundador e CEO da Teradar, ao TechCrunch.

Um dos próximos passos é o lançamento do Motor Modular de Terahertz, que deve competir com sistemas combinados de radar e LiDAR. Embora não seja a primeira empresa a explorar essa faixa do espectro, a Teradar afirma ser pioneira em levá-la a um nível funcional voltado para veículos.

Entre as possíveis vantagens do módulo estão:

  • Alcance de quase 300 metros mesmo em mau tempo.
  • Resolução superior ao radar.
  • Custo menor para adoção em larga escala.
  • Instalação mais simples nas plataformas das montadoras.
  • Potencial para impulsionar veículos de Nível 3 no mercado.
Mesmo com entraves regulatórios, o terahertz avança como alternativa mais acessível para equipar carros autônomos no futuro. Crédito: Metamorworks/Shutterstock

A corrida pela autonomia total continua

Carey fundou a Teradar motivado por um acidente fatal sofrido por um amigo em neblina intensa, situação em que sensores tradicionais falharam. Hoje, a empresa trabalha com cinco montadoras nos Estados Unidos e Europa para validar a tecnologia, com previsão de colocar sensores em veículos a partir de 2028.

Apesar do avanço, ainda será necessário comprovar o desempenho, obter homologações, integrar os sensores a sistemas como o Google Maps, superar entraves regulatórios e realizar testes em pistas reais antes que a solução se torne padrão.

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Por outro lado, o custo reduzido pode tornar o terahertz uma opção viável para veículos populares, não apenas modelos de luxo. “Eu dirijo um Ford Focus, não há como instalar um LiDAR caríssimo nele, mas esse sensor modular cabe bem”, comenta Carey.

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