Um novo estado da matéria quântica foi descoberto por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine. Segundo o estudo, a descoberta pode abrir novos caminhos na física quântica, permitindo a criação de baterias autocarregáveis capazes de viabilizar viagens espaciais de longa duração.
“É uma nova fase da matéria, semelhante à forma como a água pode existir como líquido, gelo ou vapor”, explicou Luis A. Jauregui, professor de física e astronomia na UC Irvine e autor correspondente do artigo.
A pesquisa foi publicada como prévia na Physical Review Letters. Os resultados indicam que o novo estado se apresenta como um líquido composto por elétrons e suas contrapartes, conhecidas como “buracos”, que se emparelham espontaneamente e formam estados exóticos chamados éxcitons.
Nesse estado, os elétrons e os buracos giram alinhados na mesma direção. “É algo completamente novo”, destacou Jauregui. “Se pudéssemos segurá-lo em nossas mãos, ele emitiria uma luz brilhante de alta frequência.”
Como a descoberta de um novo estado da matéria foi feita?
- O novo estado já existe em um material desenvolvido pela universidade.
- Para identificá-lo, a equipe aplicou um campo magnético de alta intensidade ao material.
- Com isso, a capacidade do material de conduzir eletricidade caiu abruptamente, revelando sua transformação nesse estado exótico.
“Esta descoberta é importante porque pode permitir o transporte de sinais por meio do spin em vez da carga elétrica, abrindo caminho para tecnologias energéticas mais eficientes, como eletrônica baseada em spin ou dispositivos quânticos”, complementou Jauregui.
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Além das aplicações terrestres, o material se destaca por sua resistência à radiação — característica crucial para equipamentos espaciais. Diferentemente dos componentes eletrônicos tradicionais, suscetíveis a interferências, essa nova matéria quântica pode ser essencial para missões de longa duração, como as viagens a Marte planejadas por empresas como a SpaceX. “Se queremos computadores duráveis no espaço, essa é uma solução promissora”, afirmou Jauregui.
O pesquisador ressalta que as aplicações do material ainda não foram totalmente exploradas e que mais descobertas surgirão no futuro. “Ainda não sabemos que possibilidades se abrirão a partir disso”, concluiu Jauregui.
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