O câncer de mama é o tumor que mais causa mortes em mulheres no Brasil e no mundo. São milhões de pacientes em todo o planeta e o diagnóstico precoce da doença é considerado fundamental para aumentar as chances de cura.
Este cenário faz com que o tratamento seja complexo, o que pode mudar a partir de uma nova geração de medicamentos. Estudos mostram que estes remédios são mais eficazes e menos tóxicos para o organismo.

Medicamentos apresentam maior eficácia e menos toxicidade
Os trabalhos são baseados nos chamados anticorpos conjugados à droga (ADCs em inglês), que combinam um anticorpo monoclonal (proteína produzida em laboratório) com um medicamento quimioterápico contra o câncer. A ideia é aproveitar as capacidades de defesa do próprio corpo humano, levando o remédio diretamente ao ponto da célula cancerosa que ele deve atacar.
Em congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, em Berlim, na Alemanha, pesquisadores apresentaram as novidades relacionadas à abordagem. Um dos estudos incluiu 927 pacientes com câncer de mama HER2 positivo, um tipo mais agressivo da doença, em estágio inicial. Geralmente, pessoas com esse diagnóstico recebem um tratamento antes da cirurgia, chamado de terapia neoadjuvante, a fim de diminuir o tamanho do tumor. No novo trabalho, no entanto, a quimioterapia foi acompanhada do medicamento T-DXd (trastuzumabe deruxtecano).

O resultado foi que não houve resquícios de câncer após o fim do tratamento em 70% dos participantes. Além disso, a terapia foi menos tóxica e com menos efeitos colaterais. Quase 40% dos pacientes no grupo com ADC relataram efeitos severos da terapia, contra 56% no grupo convencional.
O tratamento pode se tornar o padrão preferencial para pacientes com câncer de mama HER2 positivo em alto risco. Os ADCs também têm efeitos colaterais, mas em geral são menores, porque a droga entra na célula e só é liberada depois de o linker [ligação do medicamento ao anticorpo] ter sido feito, a droga não circula no corpo.
Nadia Harbeck, uma das autoras do estudo
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Eventos adversos foram identificados, mas são reversíveis
- Em outro trabalho, 1.600 pessoas com câncer de mama HER2 positivo em estágio inicial, com alto risco e com resquícios invasivos da doença após tratamento padrão, foram divididas em grupos iguais: um ficou com o T-DXd e o outro tomou T-DM1 (trastuzumabe entansina), outro anticorpo conjugado à droga.
- Os ADCs são da mesma classe, mas o primeiro tem uma formulação mais potente contra o câncer.
- De acordo com os pesquisadores, a terapia reduziu em 53% o risco de recorrência da doença invasiva ou morte, em comparação com o outro medicamento.
- Eventos adversos, no entanto, foram observados.
- O risco mais significativo foi da doença pulmonar intersticial relacionada à droga em 9,6% dos pacientes que tomaram T-DXd, comparado a 1,6% no grupo com T-DM1.
- A maioria desses casos foi de grau 1 ou 2, sugerindo que o risco é manejável com monitoramento apropriado.
- As informações são do UOL.
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