De acordo com informações da agência de notícias Reuters, a Nvidia desenvolveu uma tecnologia de verificação de localização capaz de identificar o país onde seus chips de inteligência artificial estão operando — com o objetivo de evitar o contrabando para regiões onde a exportação dessas tecnologias é proibida.
O recurso ainda não foi divulgado publicamente. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, trata-se de uma função opcional que os clientes podem instalar via software. Essa solução aproveita recursos de “computação confidencial” presentes em suas GPUs.
Ao medir o tempo de resposta (latência) nas comunicações entre os chips e servidores da Nvidia, o sistema estimaria a localização geográfica dos equipamentos — semelhante ao que demais serviços com base em internet conseguem ofertar.
Vale destacar que o software foi criado para que os clientes consigam acompanhar o desempenho geral de computação de um chip. Mas, além disso, há a possibilidade de saber onde o dispositivo está.

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Primeira aplicação
A tecnologia será lançada inicialmente junto com a nova geração de chips da Nvidia, batizada de “Blackwell”. Esses modelos trazem recursos de segurança adicionais que facilitam processos de “atestado” — mecanismo de verificação da integridade do hardware.
A empresa, porém, estuda a possibilidade de ampliar a funcionalidade para gerações anteriores, como as linhas “Hopper” e “Ampere”.

(Imagem: Artem Onoprienko/iStock)
Pressão de autoridades
O desenvolvimento da ferramenta ocorre em um momento de aumento de pressão das autoridades dos Estados Unidos — inclusive da Casa Branca e de membros de ambas as casas do Congresso — por mecanismos mais rigorosos de controle da exportação de chips de IA.
A urgência foi intensificada após denúncias de redes de contrabando que pretendiam exportar ilegalmente mais de 160 milhões de dólares em GPUs da Nvidia para a China.
Por outro lado, a solicitação dos EUA para que houvesse a possibilidade de localizar os chips, fez com que o órgão regulador de cibersegurança da China chamasse a Nvidia para um interrogatório sobre a chance de haver backdoors no chips da marca. Isso possibilitaria aos EUA contornar as funcionalidades de segurança de seus chips.
A Nvidia já afirmou que não há backdoors em seus chips. Além disso, conforme a Reuters, especialistas disseram que a empresa pode colocar a verificação de localização nos chips sem interferir na segurança do item.
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