A Nvidia revelou na segunda-feira (14) que pretende retomar a venda do chip de inteligência artificial H20 para as empresas chinesas em breve, após receber autorização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última semana. O mesmo tipo de garantia foi dado à AMD, de acordo com informações da Bloomberg.
Essa mudança de postura da Casa Branca acontece depois da pressão feita pelo CEO da Nvidia, Jensen Huang. Nos últimos meses, ele vinha argumentando que os controles de exportação mais rígidos dificultavam a liderança americana em IA, fazendo a marca perder quase metade da sua participação na China.

Por que as empresas americanas estavam proibidas de vender para a China?
O governo Trump havia decidido ampliar as restrições às vendas de produtos de tecnologia para Pequim em abril, o que afetou em cheio as fornecedoras de componentes para soluções de IA, principalmente. Desde então, as exportações passaram a depender de autorização da equipe do republicano.
- Essas imposições seguem outras aplicadas pela primeira vez em 2022, que eram ainda mais abrangentes, com o objetivo de impedir que o gigante asiático tivesse acesso a tecnologias de ponta;
- Os EUA temiam que a China empregasse os processadores no desenvolvimento de ferramentas de IA avançadas para suas forças militares;
- Com isso, a Nvidia desenvolveu o chip H20 para cumprir os requisitos de exportação anteriores, porém os bloqueios recentes passaram a afetar, também, este produto;
- A AMD foi outra marca impactada, ficando impedida de comercializar o processador MI308 para o mercado chinês.
A mudança de postura das autoridades americanas foi influenciada pela reaproximação entre Washington e Pequim nas últimas semanas, depois da guerra comercial impulsionada pelas tarifas impostas por Trump. A partir disso, a Casa Branca retirou vários controles de exportação, incluindo os aplicados sobre softwares para design de chips.
Em contrapartida, a China também relaxou algumas regras como resultado da negociação, permitindo, por exemplo, aumentar a exportação de minerais terras raras para o mercado americano. Esses materiais são essenciais para a fabricação de diferentes produtos de tecnologia.

O que a mudança representa?
Com a retomada das vendas de chips de IA fabricados nos EUA para a China, as gigantes da tecnologia planejam recuperar a fatia de mercado perdida no país asiático. No caso da Nvidia, a expectativa é de reduzir a perda estimada de US$ 15 bilhões (R$ 83,3 bilhões) com as restrições.
Huang esteve recentemente no território chinês, onde se reuniu com representantes das empresas locais e funcionários do governo, discutindo como a IA pode expandir as oportunidades e aumentar a produtividade. Ele também promoveu a nova GPU Nvidia RTX Pro, anunciada como ideal para “fábricas e logísticas inteligentes”.
Já a AMD afirma ter acumulado prejuízos de aproximadamente US$ 800 milhões (R$ 4,4 bilhões) desde as restrições de abril, mas pretende mudar o cenário com o retorno das vendas do chip MI308. Logo após o anúncio feito pela companhia, as ações da marca registraram aumento de 5%.
O retorno das exportações do processador H20 e do chip da AMD também deve impactar diretamente as empresas chinesas de IA, que no momento utilizam componentes da Huawei. Apesar dos progressos da fornecedora local, marcas como Alibaba e DeepSeek ainda têm grande dependência das big techs americanas.
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