O estômago é o carro-chefe no processo de digestão. Ele é o responsável por desmembrar em pequenos pedaços todos os alimentos ingeridos, facilitando o trabalho posterior que será realizado pelo intestino. Mas será que o ácido do estômago é capaz de derreter outras substâncias como ferro ou plástico?
Para iniciar a digestão, o estômago produz o suco gástrico, uma mistura de ácido clorídrico (HCI) e enzimas digestivas, entre elas a proteases, lipases e amilases, que vão ser os responsáveis pela quebra dos alimentos, bem como pela destruição de possíveis bactérias e agentes patogênicos presentes nos alimentos e na água.
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“Nosso estômago produz cerca de 3 litros de suco gástrico diariamente e o alimento que ali chega pode permanecer no local por até 4 horas ou mais, sendo remexido e quebrado até virar uma massa aquosa que seguirá para o intestino delgado”, explica a gastroenterologista Patrícia Martins.
Tendo em vista o poder do ácido clorídrico (HCI), o próprio estômago numa ação de autodefesa cria o muco protetor, uma substância que reveste as paredes do estômago formando uma espécie de barreira contra a ação do ácido. Desta forma, os alimentos são desmembrados, sem que haja nenhum dano ao órgão.
O ácido do estômago derrete ferro ou plástico?

O ácido clorídrico (HCI) é extremamente corrosivo, mesmo em concentrações menores, como é o caso do encontrado no estômago, sendo capaz de decompor diversas substâncias.
O poder de destruição do ácido do estômago foi o foco de um estudo publicado na revista científica Gastrointestinal Endoscopy que realizou um experimento com diversos objetos como lâminas de barbear, baterias de disco e também moedas a fim de observar as alterações físico-químicas.
Os pesquisadores realizaram o experimento in vitro, ou seja, em um laboratório, as análises foram feitas fora de um organismo vivo. Para isso, criaram um suco gástrico simulado, que nada mais é do que uma solução criada em laboratório para imitar as propriedades digestivas reais do ácido produzido em um estômago humano.
A metodologia consistiu em deixar os objetos imersos no suco gástrico simulado a 37 °C – a média da temperatura interna de um corpo humano – a partir daí a densidade dos objetos foi monitorada a cada hora.

Após 24 horas, a lâmina de barbear havia perdido quase 40% da sua massa original – restando apenas 63% de sua densidade – tornando-se visivelmente mais frágil. Neste caso, há uma reação química chamada de oxirredução que é a responsável pela decomposição do metal.
Enquanto isso, as baterias de disco não tiveram seu líquido interior extravasado, elas se mostraram resistentes ao ácido por um período de 24 horas, e as moedas permaneceram intactas, não foram afetadas.
Embora poderoso, o ácido clorídrico não consegue deteriorar outros tipos de materiais como vidro, plástico e metais mais densos como ouro e platina.
O conteúdo desta publicação é meramente informativo. Não é recomendada a ingestão de qualquer material como plástico ou ferro, ou a realização de experimentos perigosos.
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