Home Variedade O ecossistema dos robôs: quando automações começam a conversar entre si

O ecossistema dos robôs: quando automações começam a conversar entre si

by Fesouza
4 minutes read

Durante muito tempo, falar em automação dentro das empresas significava imaginar robôs digitais atuando de forma isolada: um cuidava de transferir dados, outro gerava relatórios, outro enviava notificações. Todos eficientes, mas sem conexão real entre si. Era como ter uma equipe de assistentes que trabalhavam no mesmo escritório, mas que nunca trocavam uma palavra. Esse cenário, no entanto, está mudando.

Hoje, com a combinação de RPA (Automação Robótica de Processos), inteligência artificial e plataformas integradas, começamos a assistir a algo novo: robôs que conversam entre si. Em vez de apenas executar ordens pontuais, eles compartilham informações, coordenam processos e criam fluxos de trabalho que se ajustam em tempo real. O resultado é o surgimento de um verdadeiro ecossistema de automações corporativas, em que máquinas deixam de ser peças isoladas para formar redes inteligentes.

O ecossistema dos robôs: quando automações começam a conversar entre si
Hoje, a automação é combinada com inteligência artificial. Imagem: ktsdesign/Shutterstock

A evolução em números

Esse salto é mais do que uma tendência tecnológica é um movimento de mercado. Para se ter uma ideia, o setor global de RPA, avaliado em US$ 13,86 bilhões em 2023, chegou a US$ 18,18 bilhões em 2024 e deve ultrapassar US$ 22 bilhões em 2025. Até 2032, a previsão é que esse número salte para US$ 72 bilhões, com um crescimento médio anual de 18,2%, de acordo com a Fortune Business Insights. Em outras palavras, estamos diante de uma corrida acelerada para automatizar não só tarefas, mas também as conexões entre elas.

Na prática, o impacto é fácil de visualizar. Um bot que extrai dados financeiros pode repassá-los diretamente para outro, encarregado de consolidar informações, que por sua vez aciona uma IA para redigir um relatório em linguagem acessível. Sem pausas, sem ruídos, sem depender de planilhas manuais no meio do caminho. Essa capacidade de “conversa” já está sendo testada em diferentes setores, como em hospitais que usam softwares para permitir que robôs de entrega negociem rotas entre si, evitando bloqueios e otimizando tempo.

automação com ia
A automação pode auxiliar, e muito, no seu trabalho! Imagem: MUNGKHOOD STUDIO / Shutterstock

O que muda para as pessoas

O avanço dos robôs corporativos conversacionais não significa substituir o humano, mas mudar o papel que ele ocupa. Enquanto as máquinas coordenam processos e garantem eficiência, os profissionais podem se dedicar ao que nenhuma automação entrega sozinha, que é criatividade, análise crítica, empatia e tomada de decisão estratégica. É a clássica divisão de forças: a velocidade e precisão ficam com os robôs, enquanto a visão e a inovação permanecem com as pessoas.

Desafios para a tecnologia

Esse novo ecossistema, no entanto, também traz desafios. Governança, ética e segurança passam a ser tão importantes quanto a própria tecnologia. Afinal, quando automações começam a dialogar e decidir em conjunto, é preciso estabelecer limites claros: quais processos podem ser autônomos, quais exigem intervenção humana e como garantir que todo esse poder esteja, de fato, a serviço do negócio e das pessoas.

Estamos, portanto, diante de uma virada. Os robôs corporativos deixaram de ser apenas operadores silenciosos e passaram a ser parceiros de conversas digitais. E quanto mais eles falam entre si, mais cabe a nós garantir que estejam falando a língua certa: a do futuro que queremos construir.

O post O ecossistema dos robôs: quando automações começam a conversar entre si apareceu primeiro em Olhar Digital.

You may also like

Leave a Comment