Você já parou para pensar se os animais minúsculos também possuem um mundo imaginário durante o repouso? Recentemente, pesquisadores observaram comportamentos noturnos em aranhas que são surpreendentemente humanos.
Os indícios de sono REM em aracnídeos
A ciência registrou movimentos oculares rápidos em pequenas aranhas saltadoras enquanto elas dormiam, algo idêntico ao estágio REM observado em nós. Este estudo fascinante, publicado pela Evolution, em 2022, sugere que esses bichinhos podem ter sonhos vívidos e uma atividade mental intensa no meio da noite.
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Suspensão noturna
As aranhas saltadoras se penduram em um fio de seda para passar a noite em segurança e entrar em repouso.
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Movimento da retina
Durante o sono, os tubos retinais das aranhas se movem de forma rítmica, indicando uma fase de sonho visual.
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Espasmos nas patas
Além dos olhos, as patas das aranhas tremem e se contraem, assim como acontece com cães e humanos ao sonhar.
A atividade ocular e os movimentos musculares
As aranhas saltadoras são modelos perfeitos para esse tipo de estudo porque seus filhotes possuem exoesqueletos transparentes. Isso permitiu que os cientistas filmassem diretamente o movimento dos tubos oculares enquanto os animais descansavam. A regularidade desses espasmos visuais sugere um ciclo de sono muito mais complexo do que se acreditava para seres tão pequenos.
Esse comportamento noturno é incrivelmente parecido com o nosso. Durante o descanso, elas mexem as extremidades das patinhas, o que indica que o sistema nervoso está processando informações motoras ou reagindo a estímulos internos. Se as aranhas sonham (ou não) com caças ou teias perfeitas ainda é um mistério, mas o cenário biológico para isso está presente.

O que a ciência diz sobre o descanso dos artrópodes
A comparação entre o sono dos mamíferos e o das aranhas ajuda a entender a evolução do descanso no reino animal. Embora as estruturas cerebrais sejam muito diferentes, os padrões de comportamento durante o sono REM mostram similaridades impressionantes na forma como o corpo gerencia a inatividade.

O impacto dessa descoberta na neurociência
Essa revelação muda a maneira como percebemos a consciência e a inteligência de animais invertebrados. Se criaturas com cérebros tão reduzidos conseguem entrar em estados de sono profundo com sonhos, isso sugere que a função do sonho pode ser algo fundamental para o aprendizado e a memória em quase todos os níveis de vida complexa.
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A pesquisa abre caminho para investigar se outros insetos e aracnídeos compartilham dessa mesma rotina noturna. Ao entender como as aranhas processam o mundo enquanto dormem, os cientistas podem encontrar pistas sobre a origem evolutiva do sono em si, provando que a necessidade de “desligar” e sonhar é um traço biológico que nos une até mesmo aos menores habitantes do jardim.
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