Na última semana, o governo dos Estados Unidos confirmou que firmou um acordo para comprar quase 10% de ações da Intel, famosa fabricante de chips e tecnologias. O movimento gerou recepções mistas por parte de especialistas, e deixa no ar o mistério sobre qual será a estratégia da administração Trump para o futuro.
O analista Ben Thompson, por meio da sua newsletter Stratechery, aponta que a decisão do governo foi acertada. A principal razão para isso é que os EUA são fortes dependentes da fabricação de chips feita pela TSMC, baseada em Taiwan, e que por sua vez sofre forte influência e pressão da China. Indiretamente, os EUA acabam como reféns dos chineses.
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A decisão de investir na Intel vai de acordo com a ideia de Trump em acabar com a dependência externa e aumentar a produção doméstica. “No final das contas, parece imprudente que os EUA coloquem sua segurança nacional e toda a sua economia nas mãos de países estrangeiros vizinhos à China”, explica Thompson.
Intel foi o case certo para os EUA?
Por mais que o tema gere debate, visto que esse é um tipo de intervenção direta em uma empresa privada, talvez a Intel tenha sido a companhia ideal para isso. A empresa sofreu com múltiplas demissões em massa recentemente, e parece ter estagnado seu processo de evolução em segmentos lucrativos, como inteligência artificial.
Com a compra das ações, é possível que a Intel se veja em uma posição mais tranquila. Contudo, Trump já avisou ao secretário do Comércio, Howard Lutnick, que cogita realizar acordos similares com empresas de defesas norte-americanas, como a Lockheed Martin, especializada em tecnologia aeroespacial.
Dada a situação mais delicada da Intel, pode ser que o governo Trump esteja aguardando a recepção do mercado para decidir seus próximos passos. Já em relação à Intel, será o momento de provar que consegue se reerguer, principalmente com seu novo CEO Lip Bu-Tan, que tem uma visão assertiva sobre o mercado de semicondutores.
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