O que é a transição energética, tema central da COP30 no Brasil?

A transição energética é o principal tema da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorre em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. O evento reúne líderes mundiais, cientistas e especialistas de todos os continentes, com o objetivo de acelerar a mudança global dos combustíveis fósseis para fontes de energia limpas e renováveis, um processo essencial para conter a crise climática.

O Brasil, por sua riqueza natural, geografia privilegiada e matriz energética majoritariamente renovável, está sendo apontado como exemplo e peça-chave nas discussões sobre como realizar essa transformação de forma justa, sustentável e eficiente.

O que é a transição energética?

Painéis solares e turbinas eólicas representam a transformação do sistema energético global, base da transição energética (Imagem: Soft grass / Shutterstock.com)

A transição energética é o processo de mudança estrutural do sistema energético mundial, que busca substituir as fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis (como carvão, petróleo e gás natural), que são os grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa por fontes renováveis e de baixo carbono, como a solar, eólica, hidrelétrica, biomassa e o hidrogênio verde.

Essa transformação é impulsionada por uma combinação de esforços. Governos criam políticas públicas e marcos regulatórios, empresas investem em pesquisa e tecnologia, e organismos internacionais, como a ONU nas COPs, buscam coordenar ações globais.

A sociedade civil também tem papel importante ao pressionar por metas mais ambiciosas e pela transição justa. A COP30, neste contexto, funciona como palco de negociação para alinhar compromissos e prazos entre países.

Exemplos práticos no mundo

Carro elétrico em estação de recarga alimentada por painéis solares, com turbinas eólicas ao fundo, exemplo prático da transição energética em curso no mundo (Imagem: Aliaksei Kaponia / Shutterstock.com)

Exemplos concretos incluem a instalação em larga escala de painéis solares em telhados e fazendas solares, a construção de parques eólicos em terra e no mar, a substituição de veículos movidos a combustão por elétricos e o uso crescente de biocombustíveis, como o etanol de cana-de-açúcar, amplamente utilizado no Brasil.

Prazos e desafios globais

O tempo da transição energética corre em ritmo desigual, e cada atraso custa um futuro mais sustentável (Imagem: Renata Mendes via Dall-E 3 / Olhar Digital)

A transição energética não possui um prazo único de conclusão, pois depende da realidade de cada país. A meta global, reforçada durante a COP30, é alcançar emissões líquidas zero (“net-zero”) até 2050, limitando o aquecimento global a 1,5 °C.

Países desenvolvidos, que historicamente mais poluíram, precisam agir com maior rapidez, enquanto nações em desenvolvimento exigem apoio financeiro e tecnológico para avançar sem comprometer o crescimento econômico.

Pré-requisitos para a adoção

Conjunto de composições isométricas quadradas de paisagens com eletricistas montando baterias solares, turbinas eólicas e fontes de energia ecológicas (Imagem: Macrovector / Shutterstock.com)

Não é obrigatório que um país tenha recursos naturais abundantes, mas isso facilita a adoção de energias limpas. Vento constante, alta incidência solar e grandes rios são fatores que favorecem a transição, porém a tecnologia moderna permite adaptações em diferentes contextos.

O fator mais determinante é o acesso a investimentos, internos ou externos, e a cadeias de suprimentos de materiais como silício (para painéis solares) e terras raras (para turbinas eólicas), além da formação de profissionais qualificados para projetar, operar e manter os novos sistemas energéticos.

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Por que a transição energética é tão importante para o mundo?

A transição energética define o rumo do planeta: entre o ar puro das fontes limpas e o colapso causado pelos combustíveis fósseis (Imagem: Valentina Shilkina / Shutterstock.com)

A principal razão é o combate às mudanças climáticas. A queima de combustíveis fósseis responde por cerca de 75% das emissões globais de gases de efeito estufa. A substituição dessas fontes por energias limpas é a forma mais eficaz de reduzir as emissões de CO₂, mitigar os efeitos do aquecimento global e diminuir a frequência de eventos climáticos extremos, como secas, inundações e ondas de calor.

Benefícios econômicos e de saúde

A transição energética também traz impactos econômicos e sociais positivos. No curto prazo, gera empregos em novos setores verdes, estimula a inovação tecnológica e reduz a dependência de importação de combustíveis fósseis.

A longo prazo, melhora a qualidade do ar nas cidades, diminui doenças respiratórias e custos de saúde pública, além de fortalecer economias mais sustentáveis e resilientes.

O Brasil como exemplo na COP30

A Amazônia no centro do mundo: palco da COP30 e símbolo da urgência por um novo modelo de desenvolvimento sustentável (Imagem: DOERS/Shutterstock)

O Brasil tem sido amplamente citado na COP30 como caso emblemático por partir de uma posição privilegiada: mais de 80% de sua matriz elétrica já é renovável, graças às hidrelétricas, parques eólicos e usinas solares. Isso demonstra que é possível conciliar energia limpa e desenvolvimento econômico.

O desafio brasileiro, no entanto, é avançar na descarbonização do setor de transportes e combater o desmatamento, principal fonte das emissões nacionais. Ao sediar a conferência, o país assume papel de destaque e reforça a necessidade de liderar com exemplo e responsabilidade.

A COP30 reforça que a transição energética é uma mudança inevitável e urgente. Mais do que uma questão tecnológica, trata-se de uma transformação social e econômica global. O Brasil, ao sediar o evento, assume protagonismo nesse debate e mostra que a combinação entre biodiversidade, matriz limpa e inovação pode ser o caminho para um futuro energético mais sustentável.

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