O que é pareidolia? Entenda por que vemos rostos em Marte, na Lua e até no pão queimado

Pareidolia é um fenômeno cerebral que faz com que percebamos formas significativas em padrões aleatórios. Em outras palavras, é o motivo pelo qual enxergamos rostos em nuvens, tomadas, montanhas ou até em fotos feitas por sondas espaciais. O termo vem do grego, combinando “para” (“errado” ou “ao lado de”) e eidōlon (“imagem” ou “forma”).

Segundo diferentes estudos citados pelo Live Science, a pareidolia é um tipo de apofenia, a tendência humana de buscar padrões mesmo quando eles não existem.

A explicação mais aceita é evolutiva: nossos cérebros desenvolveram mecanismos ultrarrápidos de reconhecimento facial, essenciais para a sobrevivência. Esse sistema, porém, gera “falsos positivos”, e, por isso, vemos rostos onde só há sombra e textura.

Imagem: Scott F Smith / iStock

Em 2020, pesquisadores publicaram na revista Psychological Science que esse processo não só identifica formas faciais, mas também atribui emoção e personalidade a elas. Janelas podem parecer “olhos atentos”; um pimentão pode “parecer sorrir”.

Quando objetos ganham rosto e até personalidade

A pareidolia está por toda parte. Na história recente, ela alimentou crenças populares, histórias religiosas e até teorias da conspiração. O famoso “rosto em Marte”, visto por sondas como a Viking 1 em 1976, é um dos casos mais citados.

Mais recentemente, rovers da NASA flagraram formas que lembravam um “rosto cansado”, um “capacete de batalha” ou até uma “tartaruga saindo do casco”, segundo relatos divulgados aqui no Olhar Digital.

A rocha em formato de tartaruga saindo do casco registrada pelo conjunto de câmeras SHERLOC-WATSON do rover Perseverance. Crédito: NASA/JPL-Caltech

O fenômeno também aparece em objetos religiosos. Exemplos incluem a suposta imagem da Virgem Maria em um toco de árvore na Irlanda e representações de Jesus em alimentos, como a tortilla encontrada nos EUA em 1977 ou o sanduíche vendido por US$ 28 mil no eBay em 2004.

A pareidolia não é só visual. Ela também pode ser auditiva. Em 1969, algumas pessoas afirmaram ouvir “Paul is dead” ao tocar Strawberry Fields Forever ao contrário – um caso clássico de expectativa moldando percepção.

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Cientificamente, esse comportamento revela nuances importantes. Um estudo de 2022 publicado na PNAS mostrou que tendemos a enxergar rostos masculinos com mais frequência. Outro, da PLoS One, sugeriu que pessoas mais propensas à pareidolia também relatam mais experiências paranormais.

Em quadros clínicos, crianças com transtorno do espectro autista (TEA) tendem a identificar menos faces ilusórias, enquanto indivíduos com Parkinson ou demência com corpos de Lewy podem perceber mais.

Um exemplo estruturado de pareidolia é o Teste de Rorschach, baseado em manchas de tinta que evocam interpretações pessoais.

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