Abordada em filmes como Matrix, Jogador Nº 1, Assassino Virtual e eXistenZ, entre outros, a realidade virtual (VR) tem se tornado uma tecnologia cada vez mais presente no nosso cotidiano. Por meio de dispositivos inovadores, o conceito vem transformando a maneira de interagir com ambientes digitais.
De modo semelhante ao visto nas histórias de ficção científica, as ferramentas compatíveis com a realidade simulada permitem transportar o usuário para universos digitais. Dessa forma, é possível vivenciar experiências imersivas, cujas aplicações vão além do entretenimento.
Apesar da popularidade, muitas pessoas têm dúvida sobre o que é realidade virtual e como ela funciona. Também é comum confundi-la com termos como realidade aumentada e realidade mista e acreditar que se trata de um conceito recente.
Que tal tirar essas e outras dúvidas? A seguir, conheça o histórico dessa tecnologia imersiva, como ela funciona na prática e os gadgets que permitem aproveitar tais recursos.
O que é realidade virtual?
A realidade virtual é uma tecnologia que cria ambientes simulados, gerados digitalmente, nos quais você pode interagir com personagens e objetos como se estivesse presente fisicamente. Para entrar neles, são necessários dispositivos sobre os quais falaremos adiante.
Embora o termo seja recente, a ideia por trás das experiências VR é antiga. Uma das influências vem do estereoscópio, equipamento do início do século XIX, inventado pelo cientista Charles Wheatstone para permitir a visualização de imagens tridimensionais a partir de duas fotografias registradas de ângulos ligeiramente distintos.
O que também ajudou no desenvolvimento das técnicas de imersão foi o sensorama, máquina multissensorial desenvolvida em 1962. Ela incluía uma cabine de visualização que proporcionava a experiência de pilotar moto nas ruas de Nova York (Estados Unidos).
Além de projeções tridimensionais usando estereoscópio, o mecanismo simulava o vento no rosto do motociclista e liberava cheiros artificiais com aromas da cidade, em determinados momentos, oferecendo uma imersão ainda maior. Inventor do sensorama, o cineasta Morton Heilig é considerado um dos pais da realidade virtual.
Como funciona a realidade virtual?
A criação do ambiente simulado para uma experiência VR exige a combinação de software e hardware. Para isso, são necessários programas específicos que podem gerar modelos tridimensionais de lugares reais a partir de fotografias e vídeos ou criar ambientes totalmente novos.
Essas soluções também são responsáveis pela inserção de texturas, efeitos visuais e sonoros que ajudam a compor o espaço digital interativo. Além disso, possibilitam a programação da lógica de interação nesses ambientes que podem ser desde uma rua conhecida ao interior de um planeta distante.
Já a visualização desse ambiente e a imersão nele dependem de dispositivos como os óculos de realidade virtual. Também conhecidos como headsets VR, eles têm telas de alta resolução com capacidade de criar a ilusão de profundidade, usando as imagens estereoscópicas, levando o usuário para dentro do conteúdo.
Para uma experiência mais realista podem ser necessários equipamentos com suporte ao áudio espacial, capazes de reproduzir sons em diferentes direções conforme a sua localização no mundo virtual. Há, ainda, os controladores de movimento e luvas com sensores, entre outros gadgets, que possibilitam tocar, segurar e mover objetos virtuais.
Quais são os principais óculos de realidade virtual?
Há diversas opções de óculos VR para as pessoas interessadas em ingressar no universo da realidade virtual, como os modelos da linha Meta Quest. Eles podem ser usados para imersão em jogos, ver vídeos em 360 graus, participar de chats virtuais e até para trabalhar, entre outras coisas.
Versões como Quest 2, Quest 3 e Quest 3S possuem tela de alta resolução, controles por gesto, conectividade via Bluetooth e Wi-Fi e áudio imersivo, além de outras funcionalidades, mas a ficha técnica muda entre eles. O preço também varia conforme o modelo e as funções.
Outra linha bastante conhecida é a PlayStation VR2, com duas telas OLED e resolução 4K, rastreamento ocular e compatibilidade com o PS5. Neste caso, o foco está nos jogos e o dispositivo funciona conectado ao console da Sony.
Entre as opções de headset VR mais baratas também vale citar os óculos da HTC, HP e Valve, que atendem a diferentes necessidades. Já quanto aos mais caros, destaque para o Apple Vision Pro e o Microsoft HoloLens 2, que são mais completos e compatíveis com recursos de realidade aumentada.
É importante destacar que alguns usuários podem sentir enjoos e outros desconfortos durante as primeiras experiências com os óculos de realidade virtual. Isso também é comum nas sessões prolongadas.
Para que serve a realidade virtual? Aplicações práticas
O entretenimento é, provavelmente, o uso mais popular da realidade virtual. Há diversos jogos baseados na tecnologia, permitindo se envolver totalmente com as histórias, desde que o gamer possua os dispositivos específicos.
Assistir a filmes em realidade virtual é algo que também tem ganhado força, com várias plataformas de streaming oferecendo a possibilidade de visualizar os conteúdos com headsets VR. Mas vale lembrar que a quantidade de produções desenvolvidas para esse tipo de experiência continua reduzida.
E não é só isso. A realidade virtual também pode ser usada:
- Na medicina, para o treinamento de estudantes na anatomia humana e até para médicos experientes em novas técnicas cirúrgicas;
- Treinar socorristas em situações de crises, simulando ocorrências reais em cenários virtuais e sem riscos;
- Para acalmar pacientes antes de cirurgias, levando-os para passeios virtuais em locais agradáveis;
- No treinamento de pilotos de avião, apresentando simulações mais sofisticadas que os mecanismos convencionais;
- Para treinar militares em diferentes situações de perigo e na condução de contatos com civis, diminuindo custos;
- Em outras áreas da educação, aprimorando o aprendizado dos alunos;
- Na arquitetura, possibilitando visualizar plantas, maquetes e renderizações de uma maneira diferente e caminhar virtualmente pelas construções;
- Nas artes plásticas e no design, otimizando a interação com obras de arte e a modelagem a partir de conteúdos 3D.
Diferença entre realidade virtual e realidade aumentada
Para finalizar, é importante saber diferenciar entre realidade virtual e aumentada. Como vimos acima, a primeira substitui totalmente o ambiente real por um universo digital, isolando o usuário do mundo físico enquanto ele estiver imerso na simulação.
Já na realidade aumentada (RA), os mundos real e virtual são mesclados no mesmo ambiente, combinando elementos desses dois universos. Durante uma experiência RA, você continua visualizando o mundo físico, ao mesmo tempo em que interage com objetos virtuais sobrepostos.
É por causa disso que os dispositivos de RA permitem que o usuário continue vendo o mundo ao seu redor enquanto utiliza o equipamento. O jogo Pokémon Go, apps de navegação e os filtros de redes sociais são exemplos de experiências de realidade aumentada.
E você, já usou algum dispositivo de realidade virtual? O que achou da tecnologia? Comente nas redes sociais do TecMundo.