O Volume 2 da 5ª temporada de Stranger Things finalmente está entre nós! ATENÇÃO: se você ainda não viu o 6º episódio da temporada e não quer spoilers, é melhor parar por aqui. A seguir, vamos falar sobre o que acontece nos novos episódios e destrinchar um dos maiores mistérios da série.
Ao longo dos três episódios lançados, a série refuta tudo o que era conhecido sobre o misterioso Mundo Invertido. O que parecia ser apenas outra versão do mundo como o conhecemos, como se fosse uma dimensão diferente, na verdade é uma espécie de “buraco de minhoca”. A descoberta foi feita por Dustin, em uma sequência de ação emocionante. Por sorte, o TecMundo já se aprofundou sobre o assunto, e nós o resumimos aqui para o Minha Série! Saiba mais sobre o conceito a seguir.
O Abismo
O que parecia ser um gerador do campo de força do Mundo Invertido, na verdade, era uma matéria exótica. Dustin descobre essa informação por meio do diário do cientista Brenner (o “papa” de Onze), mas, ao tentar entrar em contato com Nancy e Jonathan, já é tarde demais e a irmã mais velha de Mike havia acabado de atirar no núcleo.
Agora, a dimensão alternativa é apresentada como um buraco de minhoca instável, que funciona como uma ponte entre Hawkins e um reino desconhecido chamado “Abismo”. Nesse novo local, o grande vilão Vecna mantém as crianças que capturou no Volume 1, mas ainda não se sabe exatamente o que esse novo mundo significa.
O que é um buraco de minhoca?
Buracos de minhoca são atalhos teóricos no tecido do espaço-tempo, propostos pela Teoria da Relatividade de Albert Einstein e Nathan Rosen, chamados originalmente de pontes de Einstein-Rosen. Na busca por uma Teoria de Tudo que modelaria todo o Universo, incluindo o seu conteúdo, Einstein procurou soluções matemática para as equações da relatividade geral que se assemelhassem a partículas.
O que ele e Rosen descobriram, então, foram conexões semelhantes a pontes entre partes distintas do tecido cósmico. Essas pontes, entretanto, só vieram a ser pensadas como possibilidade de meios para viagens interestelares muitos anos mais tarde, no final da década de 1980, quando o físico Kip Thorne começou a explorar este potencial.
A ideia ganhou impulso nas décadas seguintes, especialmente com os trabalhos do físico Kip Thorne e de seu aluno, Chris Morris, que desenvolveram modelos de buracos de minhoca “atravessáveis”, cuja garganta poderia permanecer aberta para permitir a passagem segura de viajantes. Esses modelos inspiraram histórias de ficção científica e motivaram estudos científicos, mas dependem de um tipo de “matéria exótica”, com massa negativa — algo que não foi observado na natureza e que seria necessário para estabilizar essas estruturas antigravitacionais e evitar que colapsem.
“Em tese, seria parecido com um teletransporte, mas usando portais. A ideia envolve um buraco negro conectado a um buraco branco, permitindo uma travessia entre dois pontos do espaço. “
Apesar das décadas de pesquisa teórica, construir ou encontrar um buraco de minhoca real permanece extremamente improvável com o nosso conhecimento atual. Mesmo que a matéria exótica existisse, seria necessária uma quantidade de energia equivalente à de milhões de sóis para criar um buraco de minhoca que conectasse regiões distantes do espaço. Por isso, por enquanto, essas passagens são consideradas possibilidades matemáticas fascinantes, mas ainda fora do alcance tecnológico ou observacional da humanidade, e as viagens interestelares continuam sendo sonhos da ficção científica.
Buracos de minhoca na ficção
Em agosto, o Minha Série entrevistou a astrofísica Roberta Duarte para falar sobre o plano de teletransporte presente em Quarteto Fantástico: Primeiros Passos. Durante sua resposta, ela deixou claro que a teoria do buraco de minhoca seria o conceito mais próximo que o ser humano já chegou do teletransporte como vemos nos filmes de ficção científica, mas que ainda está longe de se tornar realidade.
“Em tese, seria parecido com um teletransporte, mas usando portais. A ideia envolve um buraco negro conectado a um buraco branco, permitindo uma travessia entre dois pontos do espaço. Logo depois, até mesmo Einstein já havia afirmado que isso é extremamente hipotético e não tem como existir”, explicou Roberta.
Agora, o que nos resta é esperar pelo episódio final que será lançado dia 31 de dezembro, na véspera de ano novo. A série completa está disponível na Netflix e segue sendo um fenômeno global da plataforma.
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