O que muda do Wi-Fi 7 para o Wi-Fi 8?

Se você pensa que “bom Wi‑Fi” se resume apenas à velocidade, está na hora de repensar. A nova geração de redes sem fio vai muito além de megabits por segundo, trazendo avanços que impactam diretamente na experiência do usuário. O destaque aqui é o Wi‑Fi, com duas gerações em evidência: o já consolidado Wi‑Fi 7 e o futuro Wi‑Fi 8.

Enquanto o Wi‑Fi 7 entrega melhorias concretas em canais, modulação e links múltiplos, o Wi‑Fi 8, ainda em desenvolvimento, foca em confiabilidade, melhor desempenho em ambientes congestionados, latência reduzida e eficiência global.

Vamos detalhar exatamente o que muda do Wi‑Fi 7 para o Wi‑Fi 8, como cada geração atende às necessidades reais dos usuários e quando vale a pena investir agora ou esperar pelo futuro.

O que é o Wi‑Fi 7 e por que ele importa?

O Wi‑Fi 7, conhecido como padrão IEEE 802.11be (Extremely High Throughput – EHT), representa o salto mais recente em redes sem fio de alta performance.

Ele oferece suporte a canais de até 320 MHz, o dobro das larguras típicas das gerações anteriores, e adota modulação 4 096‑QAM, permitindo transmitir muito mais dados por símbolo. Além disso, o Wi‑Fi 7 opera simultaneamente em múltiplas bandas (2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz) e utiliza a tecnologia Multi‑Link Operation (MLO), que possibilita o uso de dois ou mais links ao mesmo tempo para enviar e receber dados.

Conectando smartphone ao Wi-Fi / Crédito: ymgerman (Shutterstock/reprodução)

O resultado é um aumento significativo no throughput, maior capacidade para dispositivos conectados e redução da latência em comparação com gerações anteriores.

Para usuários domésticos e empresas, isso significa streaming em 4K ou 8K sem interrupções, jogos online com menor lag e suporte a múltiplas câmeras ou dispositivos IoT na mesma rede. Ainda assim, velocidade máxima não é tudo: cobertura, interferência e a infraestrutura do ambiente continuam determinando a experiência real.

O que sabemos até agora sobre o Wi‑Fi 8?

O Wi‑Fi 8, previsto para chegar por volta de 2028, é o padrão IEEE 802.11bn e ainda está em desenvolvimento.

Diferentemente do Wi‑Fi 7, sua velocidade teórica máxima não deve apresentar salto significativo, permanecendo em torno de 23 Gbps, mas o grande foco está na Ultra High Reliability (UHR), garantindo conexões mais estáveis, menor latência em condições reais, menor perda de pacotes e desempenho superior em ambientes congestionados ou sujeitos a interferências.

Tecnologias como mmWave, que utilizam ondas milimétricas, começam a ser incorporadas como opção para curtas distâncias de altíssima velocidade, em cenários específicos. O Wi‑Fi 8 também aposta em melhor coordenação entre múltiplos pontos de acesso, com recursos como Multi‑AP coordination, beamforming coordenado e spatial reuse, o que é especialmente útil em espaços amplos ou corporativos.

As bandas de frequência principais (2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz) permanecem, sem previsão de salto para frequências extremamente altas globalmente. Em resumo, o Wi‑Fi 8 não promete apenas mais velocidade, mas sim uma combinação de performance confiável, estabilidade e preparo para o futuro das redes sem fio.

Leia também:

Principais diferenças entre Wi‑Fi 7 e Wi‑Fi 8

Por que a velocidade “máxima” não muda tanto (e por que isso não é problema)?

Você pode estar se perguntando: “Se o Wi‑Fi 8 não vai me entregar 50 ou 100 Gbps, por que me preocupar?” A resposta está no que realmente limita a experiência de Wi‑Fi no mundo real. Na prática, não é a velocidade teórica que trava sua conexão, mas fatores como interferência, paredes, distância do roteador e o número de dispositivos disputando o mesmo sinal.

Mesmo que o padrão suporte até 23 Gbps, a velocidade que você recebe da operadora normalmente é bem menor, variando entre 1 Gbps, 2,5 Gbps ou 5 Gbps.

O verdadeiro ganho do Wi‑Fi 8 aparece em redes densas ou corporativas, oferecendo maior eficiência, latência reduzida e melhor gerenciamento de múltiplos dispositivos.

Para uso residencial, o salto do Wi‑Fi 6 ou 6E para o 7 costuma ser mais perceptível do que esperar pelo 8. Em outras palavras, o Wi‑Fi 8 não é sobre velocidade absurda, mas sobre maturação da rede sem fio, garantindo que ela funcione de forma estável e sem gargalos invisíveis.

Esperar pelo Wi‑Fi 8 ou trocar agora para o Wi-Fi 7?

Trocar agora para Wi‑Fi 7:

  • Se você tem largura de banda de internet alta (por exemplo >1 Gbps) e um ambiente com muitos dispositivos.
  • Sua rede atual apresenta gargalos de latência, muitos dispositivos conectados, ou você já sente instabilidade.

Esperar pelo Wi‑Fi 8

  • Sua rede atual ainda atende bem e o custo de troca agora é alto.
  • Você não tem necessidade extrema de mobilidade ou ambientes densos de muitos dispositivos.
  • Você está em ambiente corporativo/industrial onde a estabilidade, roaming e eficiência importam

O mundo sem fio continua evoluindo, e a distinção entre “velocidade” e “experiência” fica cada vez mais nítida. O padrão Wi‑Fi evolui não só para ser “mais rápido”, mas para ser “menos falho”, “menos invisível”, ou seja: funcionar bem quando e onde você precisa. O Wi‑Fi 7 já entrega upgrades reais. O Wi‑Fi 8 aponta para uma era onde o Wi‑Fi será tratado como infraestrutura crítica, não só como “internet de casa”.

Para usuários residenciais e pequenas empresas, o Wi‑Fi 7 já representa um salto significativo em desempenho, sem necessidade de aguardar o Wi‑Fi 8. Já em ambientes corporativos e industriais, o Wi‑Fi 8 se destaca pela capacidade de suportar múltiplos dispositivos, baixa latência e mobilidade avançada, mas sua adoção dependerá de planejamento estratégico e compatibilidade de infraestrutura.

No Brasil, a liberação da faixa de 6 GHz e os custos iniciais indicam que a transição será gradual, tornando essencial preparar-se hoje para colher os benefícios tecnológicos no futuro.

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