O ano de 2025 marcou um ponto de virada na astronomia moderna, com o Telescópio Espacial James Webb (JWST) indo muito além da simples detecção de planetas: ele começou a “cheirar” a atmosfera desses mundos distantes. As análises espectroscópicas mais recentes revelaram cenários surpreendentes, desde planetas de lava que desafiam a física até super-Terras que podem abrigar oceanos de água líquida, mudando drasticamente nossa compreensão sobre a habitabilidade fora do Sistema Solar.
Mundos de lava e oceanos oculares
Uma das revelações mais impactantes divulgadas pela NASA em dezembro de 2025 foi sobre o exoplaneta TOI-561 b. Embora seja um mundo infernal de magma, o Webb detectou fortes evidências de uma atmosfera espessa ao seu redor, algo que os cientistas achavam impossível devido à proximidade extrema com sua estrela. Isso sugere que planetas rochosos podem ser mais resilientes do que imaginávamos.
Em paralelo, o planeta LHS 1140 b se consolidou como um dos melhores candidatos a possuir água líquida. Dados recentes indicam que ele pode ser um “mundo globo ocular” (eyeball planet), onde um lado é coberto por gelo eterno e o outro, virado para a estrela, sustenta um oceano líquido aberto, criando um cenário fascinante para a astrobiologia.
Grandes Descobertas de Exoplanetas (2024/2025)
Encontramos finalmente sinais de vida?
A pergunta que todos fazem gira em torno do planeta K2-18 b. O James Webb detectou neste mundo a presença de metano e dióxido de carbono, o que apoia a teoria de que ele seja um mundo “Hiceânico” (coberto por oceanos sob uma atmosfera rica em hidrogênio). Mas o que realmente agitou a comunidade científica foi a detecção provisória de dimetil sulfeto (DMS).
Na Terra, o DMS é produzido quase exclusivamente por vida microbiana nos oceanos (fitoplâncton). Embora os dados de 2025 ainda exijam cautela e mais confirmações para descartar processos geológicos desconhecidos, essa permanece sendo a “pista” mais intrigante de atividade biológica já captada em um exoplaneta até hoje.
inteligência artificial-GPT/Olhar Digital)
O desafio do sistema TRAPPIST-1
Nem todas as notícias foram de celebração imediata. O sistema TRAPPIST-1, famoso por ter sete planetas rochosos, mostrou-se um desafio complexo. As observações focadas nos planetas internos, como o TRAPPIST-1 b e o TRAPPIST-1 c, e mais recentemente no TRAPPIST-1 d, sugerem que esses mundos podem ter perdido quase toda a sua atmosfera.
Isso acontece porque a estrela anã vermelha no centro do sistema é muito ativa. Para que um planeta nesse sistema seja habitável, ele precisa vencer barreiras enormes que o Webb ajudou a mapear:
- Ventos Estelares: A radiação intensa pode “varrer” a atmosfera para o espaço.
- Acoplamento de Maré: Um lado do planeta frita enquanto o outro congela, dificultando a circulação atmosférica.
- Falta de Hidrogênio: A ausência de uma camada protetora espessa deixa a superfície exposta a raios ultravioleta.
O futuro da exploração atmosférica
Apesar dos desafios com anãs vermelhas, o sucesso com mundos como LHS 1140 b prova que o James Webb está cumprindo sua missão. Estamos deixando de perguntar apenas “onde estão os planetas” para investigar “do que eles são feitos”.
Os próximos passos envolvem empilhar mais dados de trânsito (quando o planeta passa na frente da estrela) para limpar o ruído dos dados. A cada nova observação, a imagem de um universo repleto de mundos complexos, úmidos e com potencial químico se torna mais nítida.
Leia mais:
- O que é e como funciona um telescópio – Olhar Digital
- Telescópio: veja evolução do instrumento ao longo dos anos
- O que preciso saber antes de comprar um telescópio? – Olhar Digital
O post O que o James Webb revelou sobre planetas habitáveis em 2025 apareceu primeiro em Olhar Digital.