Com o Telescópio Espacial James Webb, astrônomos esperam enxergar o universo mais longe do que nunca, registrando galáxias inteiras e sistemas planetários com uma vastidão de detalhes nunca antes vista. Entre tantos flagras estão os de exoplanetas, mas o que exatamente significa esse termo? E qual o motivo deles chamarem tanta atenção?
Basicamente, exoplanetas são planetas de fora do nosso sistema solar. Por tanto, esse tipo de planeta orbita outra estrela que não o nosso Sol. O conceito, apesar de estudado há muito tempo, é relativamente novo, com a primeira confirmação de um astro desse tipo ocorrendo apenas no ano de 1992. Desde então, mais de 5 mil já foram confirmados. Pode parecer muito, mas isso não é nada comparado com a quantidade que existe no Universo.
Ou seja: quando procuramos vida extraterrestre, estamos olhando para os exoplanetas. Mas esse não é o único, e muitas vezes nem o principal objetivo da investigação desses planetas. Astros como esses podem nos ajudar a entender o passado e o futuro da Terra, já que existe uma infinidade deles, com uma vastidão de idades, tamanhos e composições.
De acordo com a NASA, observar planetas distantes é especialmente difícil já que eles não possuem luz própria e são bem menores do que uma estrela. Por tanto, o registro normalmente é feito quando esses planetas “passam na frente” da estrela na qual orbitam. Na realidade, 76,5% dos exoplanetas são encontrados assim, mas essa não é a única forma.
Algo na faixa de 19% desses planetas são descobertos quando o “sol” deles oscilam com a interferência gravitacional do planeta, fazendo com que o brilho da estrela emita alguns desvios de luz infravermelha que podem ser captados. Telescópios como o James Webb são fundamentais nisso.
Existe ainda uma outra forma de detecção, responsável por apenas 2% dos planetas encontrados, que utiliza o fenômeno chamado de lente gravitacional. Basicamente, isso ocorre quando a luz sofre uma deformação ao atravessar um planeta ou um objeto de massa muito grande.
Imagem: Ilustração de exoplaneta de pedra com lua no fundo. Créditos: Jurik Peter/Shutterstock
É possível observar diretamente exoplanetas?
É possível observar um exoplaneta diretamente. Porém, também é bastante improvável. Como mencionamos, o fato de não produzirem luz própria e serem muito menores que as estrelas dificulta bastante essa observação. Para encontrar com uma observação direta é preciso condições extremamente ideais, o que faz com que menos de 1% do total de astros desse tipo tenham sido encontrados dessa forma.
Ou seja, exoplanetas são:
Planetas de fora do nosso sistema solarDifíceis de serem observados, já que não emitem luz própriaRaramente flagrados diretamente
Existem planetas parecidos com a Terra?
O primeiro planeta semelhante à Terra foi encontrado pelo telescópio Kepler em 2014. Sim, fazem poucos anos que começamos a estudar planetas semelhantes ao nosso. Na ocasião, o batizado Kepler-186f foi detectado a uma distância de sua estrela em que seria possível existir água líquida, considerado um indicativo importante para a existência de vida.
No entanto, esse planeta orbita uma estrela diferente da nossa, o que faz ele receber apenas 1/3 da luz solar que nós recebemos. Desde então, vários “candidatos” a ter vida foram localizados, mas em todos não há consenso sobre as condições apresentadas no planeta. A dificuldade de estudo e observação são um dos principais fatores que impedem a confirmação das condições desses astros.
Seria o planeta 55 Cancri-e uma Superterra coberta de lava? Imagem: Divulgação/ NASA, ESA, CSA, Dani Player (STScI)
O que são “superterras”?
Dentre os tipos de exoplanetas, um dos que mais chama atenção são as “superterras”. No nosso sistema solar existem planetas rochosos, como o nosso, Marte e outros. E gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno. No caso, uma “superterra” é um planeta com uma massa maior do que a da Terra, mas menor do que a dos gigantes gasosos.
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O termo, apesar de curioso, define apenas a massa do astro e não a sua semelhança com a Terra, seja em questões de distância de seu sol ou de potencial da existência de vida. A massa máxima que uma superterra pode ter geralmente é de 10 massas da Terra. O valor mínimo varia de 1 ou 1,9 a 5 vezes a massa da Terra. Acima de 10 o planeta passa a ser considerado gigante.
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