Os vulcões estão entre os fenômenos mais intensos da Terra, pois podem criar erupções que podem devastar regiões inteiras. Apesar de suas forças destrutivas, eles também desempenham um papel crucial em diferentes características do planeta.
Explicando de uma forma simples, um vulcão é um tipo de abertura na crosta terrestre que possibilita a saída de magma, que são rochas derretidas do interior da Terra. Além disso, eles também liberam gases quentes e cinzas para a superfície.
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Ao longo da história, as erupções vulcânicas foram importantes para a formação do planeta e até para a história da humanidade. Não é à toa que algumas civilizações antigas tratavam vulcões como um lugar religioso. Por exemplo, os astecas consideravam os vulcões locais sagrados que tinham relações com os deuses.
Para a ciência, essas estruturas rochosas são fundamentais para entender a dinâmica do planeta, desde os impactos que podem causar no clima até o funcionamento das estruturas internas da Terra.
“Em um sentido estrito, o termo vulcão se refere à abertura por onde o magma e outras substâncias entram em erupção na superfície, mas também pode designar a formação terrestre criada pelo acúmulo de lava solidificada e detritos vulcânicos próximos à abertura”, a enciclopédia Britannica descreve.
O que são vulcões?
Um vulcão é uma abertura que conecta o interior da Terra à superfície. Inclusive, nem todos os vulcões possuem o formato clássico de montanha; alguns se formam em áreas relativamente planas ou com inclinações suaves. Na verdade, o formato montanhoso surge com o tempo, devido ao acúmulo de lava e rochas expelidas durante as erupções.
Quando o magma consegue atingir o exterior, ele passa a ser chamado de lava. Durante a erupção vulcânica, essa lava escorre ou é lançada para fora com fragmentos de rocha, nuvens de gás e outros detritos.
Com o tempo, as camadas de lava solidificada, cinzas e detritos se acumulam ao redor da cratera. É justamente esse processo que forma o relevo característico, dando ao vulcão a aparência de uma montanha com uma cratera no topo.
No caso de um vulcão ativo, existe uma região subterrânea onde o magma se acumula sob condições intensas de alta pressão. Quando essa pressão chega em um limite, o magma quebra a camada solidificada na superfície e é ejetado para fora.
É assim que ocorrem as erupções: o material mais quente e menos denso do interior da Terra é expelido pela pressão dos gases acumulados dentro do vulcão. Para ilustrar, é um processo parecido com o que acontece em uma garrafa de champanhe, quando a rolha é ejetada pela pressão dos gases da bebida.
Em relação a um vulcão adormecido, ele está há muito tempo sem erupções vulcânicas, mas ainda pode voltar a entrar em erupção algum dia.
Ao redor do planeta, existem milhares de vulcões distribuídos, tanto na superfície terrestre quanto, no fundo dos oceanos. Os vulcões submarinos são responsáveis pela formação das cordilheiras submarinas e, atualmente, é responsável pela maior parte da atividade vulcânica registrada
Como os vulcões se formam?
A formação dos vulcões está diretamente ligada à dinâmica das placas tectônicas da Terra e ao calor no interior do planeta.
Em geral, existem três fenômenos geológicos principais que dão origem aos vulcões:
- Placas se afastando (zonas de divergência): quando duas placas tectônicas se movem em direções opostas, abrem um espaço na crosta por onde o magma pode ascender. O magma do manto sobe para preencher a fenda aberta e forma vulcões submarinos;
- Placas se chocando (zonas de subducção): quando uma placa tectônica oceânica colide e mergulha por baixo de outra placa, o material afundado aquece e começa a derreter no manto. Esse magma é menos denso e tende a subir, alimentando, vulcões na placa superior;
- Pontos quentes (hotspots): alguns vulcões surgem no meio de placas tectônicas, acima de regiões anômalas do manto chamadas “hotspots”. Nesses pontos, o magma rompe a crosta e forma vulcões na superfície.
O que é um supervulcão?
Apesar de não existir uma definição científica universal, um supervulcão é um tipo de vulcão com uma erupção explosiva que atinge o nível máximo na escala de intensidade; chamada Índice de Explosividade Vulcânica (VEI). O VEI 8 é o mais poderoso, e equivale a expelir milhares de quilômetros cúbicos de material em uma única erupção.
Enquanto uma erupção comum pode liberar menos de um quilômetro cúbico de detritos, um supervulcão pode ejetar mais de mil quilômetros cúbicos.
As erupções supervulcânicas são tão volumosas que destroem a própria estrutura do vulcão. Quando um supervulcão entra em erupção, ele esvazia suas câmaras subterrâneas; com o colapso dessas câmaras após a liberação do magma, o terreno acima desaba, formando depressões gigantes conhecidas como caldeiras.
Por isso, muitos supervulcões não se apresentam como montanhas, mas sim como extensas caldeiras vulcânicas relativamente planas. Um exemplo é Yellowstone, nos Estados Unidos, um supervulcão com uma caldeira de dezenas de quilômetros de diâmetro, resultado de erupções antigas.
“Outros vulcões formadores de caldeiras que provocaram erupções piroclásticas extremamente grandes nos últimos 2 milhões de anos incluem o Long Valley, no leste da Califórnia; a Caldeira de Valles, no Novo México; Toba, na Indonésia; e Taupo, na Nova Zelândia”, explica a instituição geológica norte-americana USGS.
Existem vulcões no Brasil?
Atualmente, não existem vulcões ativos no Brasil. Diferentemente de outras regiões, o território brasileiro está relativamente longe dos limites das placas tectônicas. Ou seja, isso significa que não há zonas de subducção ou outras áreas capazes de gerar vulcanismo na superfície.
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Em outras palavras, o ambiente geológico do Brasil não favorece o surgimento de vulcões ativos, mas isso não quer dizer que nunca houve atividade vulcânica por aqui. Há aproximadamente 130 milhões de anos, erupções de lava ocorreram na região que hoje corresponde ao sul do Brasil e partes da África, durante a separação dos continentes.
As erupções vulcânicas liberam altas quantidades de gases e partículas na atmosfera, como o dióxido de enxofre, que podem influenciar no aquecimento global. Quer saber mais? Entenda por que os vulcões podem ser uma ameaça ao clima da Terra. Até a próxima!