Lançado em 2019, Demon Slayer já chamou muita atenção pela sua beleza visual. Cada movimento das lâminas nas batalhas simulam elementos da natureza e enchem os olhos de quem assiste. No entanto, com o passar do tempo, o visual do anime ficou cada vez melhor, com seu ápice chegando aos cinemas em setembro, com Castelo Infinito.
Mas, afinal, como é feita a animação de Demon Slayer! A seguir, confira mais detalhes sobre a concepção do anime icônico que está chegando aos cinemas, em um conteúdo feito em parceria com a Crunchyroll, a distribuidora da obra.
Como é feita a animação de Demon Slayer?
Animado pela ufotable, o estúdio fundado em 2000 usa uma técnica abrangente, que mistura ilustrações 2D, animação 3D e ainda técnicas de fotografia digital. Esses elementos combinados com uma direção de arte de alto nível gera resultados impressionantes.
Muito disso é resultado de um trabalho de longo prazo, composto pelo trio poderoso: o diretor de animação Haruo Sotozaki, o designer de personagens Akira Matsushima e o diretor de fotografia/compositing Yuichi Terao. Em entrevista, o próprio Sotozaki comentou a importância de manter a equipe unida para garantir consistência estética temporada após temporada.
2D + 3D: modelos, linhas e “pinceladas”
O ponto-chave do método da ufotable é usar 3D como base estrutural e “pintar” por cima com animação 2D, preservando o traço. No painel de Castelo Infinito na SDCC 2025, os artistas explicaram em detalhes esse processo.
- Muitas cenas começam com modelos 3D para cenários e movimentos de câmera.
- Depois, animadores aplicam keyframes 2D e a equipe ajusta a espessura das linhas para que tudo pareça desenho, não “CG colado”.
- Eles também citaram como referência o aspecto de xilogravuras ukiyo-e para os efeitos estilizados (como água e fogo) e para o tratamento das linhas.
- Dessa forma, o 3D reforça o volume dos objetos e outros elementos de tela, o 2D traz um polimento e, por fim, a composição une tudo e traz o resultado belíssimo que vemos em cena.
Luz e sombra: contraste como linguagem
Ao longo das temporadas e filmes, Demon Slayer foi radicalizando o contraste com pretos profundos, recortes de luz e brilhos que destacam lâminas, chamas e texturas. Isso não é só “pós-produção bonita”: vem de escolhas de fotografia e cor que partem do storyboard e se resolvem no compositing.
No especial de Infinity Castle, a equipe comentou como a espessura de linha, a direção de luz e o “brilho” dos efeitos foram ajustados para manter a visibilidade mesmo em ambientes escuros e caóticos, reforçando a dramaturgia dos confrontos.
Cor: estilo e emoção
As paletas em Demon Slayer não buscam realismo estrito: priorizam contraste cromático e leituras rápidas (o verde do haori de Tanjiro, o amarelo de Zenitsu, o rosa de Nezuko) e explodem com as técnicas de respiração, com cores sólidas.
Assim, os efeitos como a Água ou o Sol Nascente funcionam como “caligrafias” na tela. Os tons e linhas controladas não se perdem quando a câmera se move no ambiente em três dimensões.
Continuidade e amadurecimento
Ao manter o mesmo núcleo criativo, a série foi refinando ferramentas e pipeline a cada arco — de câmeras mais ousadas com 3D estabilizado a efeitos mais caligráficos e um controle maior da espessura de linha e do brilho nas cenas noturnas. A própria equipe atribui a evolução à continuidade: “trabalhar como um só” e reciclar aprendizados entre temporadas e filmes.
Com esse conjunto de técnicas e filosofias, a equipe por trás de Demon Slayer conseguiu manter consistência e evoluir o visual do anime no decorrer dos anos. Agora, resta aguardar para ver o próximo passo desse resultado nos cinemas, com a chegada de Castelo Infinito nas telonas em 11 de setembro.
A Crunchyroll conta com todos os episódios, temporadas e filmes em seu catálogo. Entre eles, o TV Specials, que resume a história em cinco capítulos longos. Ficou interessado em maratonar? Confira aqui quanto tempo leva para assistir tudo antes do filme.
