O Universo está cansado? Entenda por que ele cria cada vez menos estrelas

O Universo pode estar envelhecendo. Segundo astrônomos, o auge da formação de estrelas já passou, e hoje o cosmos produz bem menos delas do que há bilhões de anos.

Não é que as estrelas estejam desaparecendo, esclarece esta matéria da BBC. Estima-se que existam até um septilhão de estrelas, ou seja, 1 seguido de 24 zeros. Mas novas estrelas estão nascendo com menor frequência.

As primeiras surgiram pouco depois do Big Bang, há cerca de 13,8 bilhões de anos. Elas se formam em nebulosas, nuvens gigantes de gás e poeira que colapsam sob a própria gravidade até gerar protoestrelas, estruturas tão quentes e densas que iniciam a fusão nuclear, transformando hidrogênio em hélio e liberando luz e calor.

Imponentes no céu, as nebulosas são os berçários onde novas estrelas nascem, como a Rho Ophiuchi, na imagem (Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, Klaus Pontoppidan (STScI))

Cerca de 90% das estrelas conhecidas, incluindo o Sol, estão nessa fase estável chamada de sequência principal. Mas toda estrela tem um ciclo de vida: estrelas pequenas se apagam lentamente; as maiores encerram a vida em explosões chamadas supernovas.

Em resumo:

  • A formação de novas estrelas caiu drasticamente desde o “Meio-dia Cósmico”.
  • Hoje, o Universo é dominado por estrelas antigas e frias.
  • O material para novas formações está se esgotando.
  • O processo deve continuar por trilhões de anos até o chamado “Grande Congelamento”.
  • Ainda há muito tempo para observar o brilho das estrelas no céu noturno.

“Vivemos em um Universo dominado por estrelas antigas”

Em 2013, uma equipe internacional concluiu que 95% de todas as estrelas que existirão já nasceram. “Claramente, estamos vivendo em um Universo dominado por estrelas antigas”, afirmou o astrônomo David Sobral, autor do estudo publicado pelo Subaru Telescope.

A taxa de formação estelar atingiu seu pico há cerca de 10 bilhões de anos, durante o período conhecido como Meio-dia Cósmico. Desde então, as galáxias vêm transformando gás em estrelas com cada vez menos eficiência.

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De acordo com o cosmólogo Douglas Scott, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, essa tendência foi confirmada por observações dos telescópios Euclid e Herschel, da Agência Espacial Europeia.

A equipe analisou mais de 2,6 milhões de galáxias e constatou que o calor da poeira estelar (um indicador da formação de novas estrelas) está diminuindo lentamente.

“Já ultrapassamos em muito o tempo máximo de formação estelar, e haverá cada vez menos novas estrelas em cada geração”, explica Scott.

Segundo estimativas, novas estrelas continuarão a nascer pelos próximos 10 a 100 trilhões de anos, muito depois do fim do nosso Sol. Crédito: Michelangelus – Shutterstock

O futuro: o “Grande Congelamento” do Universo

Embora estrelas antigas possam reciclar parte de seu material para formar novas, esse processo perde eficiência com o tempo. “Cada geração tem menos combustível para queimar e, eventualmente, não haverá material suficiente para formar novas estrelas”, diz Scott.

Esse fenômeno está ligado à teoria da morte térmica, também chamada de Grande Congelamento. À medida que o Universo continua se expandindo, a energia se dispersa, as estrelas se afastam e o cosmos esfria até ficar frio demais para sustentar vida ou novas formações estelares.

A boa notícia é que esse fim ainda está longe. Segundo estimativas, novas estrelas continuarão a nascer pelos próximos 10 a 100 trilhões de anos, muito depois do fim do nosso Sol.

E, de acordo com cálculos da Universidade Radboud, na Holanda, o “apagão total” do Universo só deve acontecer em cerca de um quinvigintilhão de anos, ou 1 seguido de 78 zeros.

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