A plataforma OnlyFans vai passar a fazer a checagem de antecedentes criminais das pessoas que se cadastrarem como criadoras de conteúdo, conforme revelou a CEO Keily Blair. O trabalho será realizado pela empresa Checkr Trust e deve começar pelos Estados Unidos.
De acordo com Blair, a verificação aumentará a segurança da comunidade, impedindo que pessoas com condenação criminal se inscrevam como influenciadoras. “São colaborações como essa que fazem a verdadeira diferença nos bastidores e mantêm o OnlyFans um espaço onde criadores e fãs se sentem seguros e empoderados”, escreveu a executiva em seu perfil no LinkedIn.
Criadores criticam medida
Embora reforce a segurança de quem utiliza o serviço, segundo Blair, a verificação de antecedentes criminais não foi bem recebida pelos criadores de conteúdo. Como destaca o site 404 Media, eles temem que a decisão prejudique pessoas que têm no OnlyFans a sua principal fonte de renda.
- Uma criadora de conteúdos adultos que divulga seus trabalhos em diversas plataformas afirmou que a checagem não impedirá a presença de potenciais predadores, afetando apenas quem já está em risco;
- “Adicionar mais barreiras ao que é, provavelmente, a forma mais segura de trabalho sexual (trabalho sexual online) vai empurrar os trabalhadores da indústria do sexo para opções cada vez menos seguras”, disse ela, à reportagem;
- Ela também criticou a falta de informação a respeito de que tipos de crimes a empresa irá procurar e acredita que a verificação é benéfica para a indústria pornô somente em circunstâncias específicas;
- Outra produtora de conteúdo ouvida comentou que a checagem é “invasiva e exagerada” e pode impedir pessoas com acusação de prostituição — o trabalho sexual presencial é criminalizado em vários países — de fazerem a transição para o trabalho online.

Atendendo clientes como Uber, Lyft e Postmates, entre outras grandes empresas, a Checkr utiliza tecnologia avançada na triagem de informações, automatizando e acelerando o trabalho ao fornecer dados relevantes para contratantes. Ela diz que o controle de qualidade é feito por humanos.
Em outubro, a Pornhub anunciou que também fará o mesmo tipo de verificação de antecedentes de novos criadores a partir de 2026. Segundo a plataforma de vídeos adultos, a medida reforça a proteção de todas as pessoas envolvidas no segmento.
Processos por informações incorretas
Considerada uma das gigantes do setor nos EUA, a Checkr enfrenta centenas de processos judiciais no país devido à prestação de informações incorretas. As ações citam uso de nomes errados e multas de trânsito de décadas atrás, entre outros dados imprecisos, nos relatórios fornecidos por ela.
O aumento da quantidade de dados coletados por empresas que realizam esse trabalho também levanta preocupação com a segurança. No ano passado, a National Public Data foi alvo de um vazamento que expôs bilhões de dados que acabaram vendidos em fóruns do cibercrime.
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