ONU: desenvolvimento humano travou, mas inteligência artificial pode ajudar

Um relatório divulgado nesta terça-feira (06) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelou que o progresso do desenvolvimento humano está em seu nível mais baixo em 35 anos. O documento aponta para uma estagnação desde 1990, ao contrário do esperado após momentos de crise (como a pandemia da Covid-19).

No entanto, o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que a inteligência artificial pode ajudar a retomar esse desenvolvimento – contanto que seja aplicada corretamente.

O documento traz dados sobre a percepção da IA por parte das pessoas e traça três áreas críticas para a implementação da tecnologia.

Ao mesmo tempo que desenvolvimento estagnou, a desigualdade entre países ricos e pobres aumentou (Crédito: ESB Professional – Shutterstock)

Progresso humano desacelerou

O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2025 – “Uma questão de escolha: pessoas e possibilidades na era da Inteligência Artificial (IA)” mostrou que o progresso do desenvolvimento humano teve seu menor aumento desde 1990. Além de bastante fraco, o resultado vai na contramão do que se esperava após momentos de crise, como foi a pandemia de Covid-19 entre 2020 e 2021.

O levantamento analisou o progresso por meio de indicadores já conhecidos, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que analisa a saúde, educação e níveis de renda de um país.

Os resultados de 2024 foram alarmantes, com o IDH estagnado em todos os locais do mundo. Ao mesmo tempo, o relatório constatou o aumento da desigualdade entre países ricos e pobres pelo quarto ano seguido.

Relatório é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, órgão da ONU voltado para promover o desenvolvimento e erradicar a pobreza no mundo (Imagem: PNUD/Reprodução)

Inteligência artificial pode ajudar na retomada

Em comunicado, Achim Steiner, Administrador do PNUD, destacou que a desaceleração é uma “ameaça muito real ao progresso global”. Isso porque o objetivo é chegar ao alto índice de desenvolvimento humano até 2030… mas, com a aceleração travada, esse marco pode ser adiado.

O órgão também destaca os desafios em retomar esse crescimento, principalmente em países com menores pontuações de IDH, que estão mais sujeitos a consequências comerciais e falta de empregos. Nesse sentido, Steiner pede novas maneiras de impulsionar o desenvolvimento, com atenção especial para a inteligência artificial:

Em meio a esta turbulência global, precisamos explorar urgentemente novas maneiras de impulsionar o desenvolvimento. A inteligência artificial continua seu rápido avanço em tantos aspectos de nossas vidas, que devemos considerar seu potencial para desenvolvimento. Novas capacidades surgem quase diariamente e, embora a IA não seja uma panaceia, as escolhas que fazemos têm o potencial de reacender o desenvolvimento humano e abrir novos caminhos e possibilidades.

Achim Steiner, Administrador do PNUD

O relatório ainda trás informações sobre a percepção das pessoas à IA:

  • Um a cada cinco entrevistados relatou já usar IA;
  • Metade dos entrevistados disse que acredita que seus empregos poderiam ser automatizados;
  • Mais da metade (seis em cada dez) acredita que a inteligência artificial tem impacto positivos em seus empregos, criando oportunidades de trabalho que talvez nem existam atualmente;
  • 13% teme que a IA leve à perda de empregos;
  • Em países com IDH baixo e médio, 70% dos entrevistados espera que a inteligência artificial aumente a produtividade. Dois terços preveem o uso da tecnologia na saúde, educação ou trabalho já no próximo ano.
IA pode ajudar no desenvolvimento humano – se for aplicada corretamente (Imagem: Yuichiro Chino/Shutterstock)

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Como implementar a inteligência artificial?

O documento defende que a aplicação da inteligência artificial tenha uma abordagem centrada no ser humano. Os resultados mostraram que as pessoas estão prontas para isso.

A implementação aconteceria em três áreas críticas, segundo o relatório:

  • Na construção de uma economia onde as pessoas colaboram com a IA, ao invés de competir contra ela;
  • Incorporando humanos no ciclo de vida da IA, desde o desenvolvimento até a implementação;
  • Na modernização dos sistemas de educação e saúde para atender as demandas atuais.

A agência ainda destaca: o acesso à tecnologia por si só não é suficiente. A eficácia da implementação depende do que a IA ajuda e amplia no que as pessoas já fazem.

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