OpenAI busca eficiência em IA com hardware sob medida

A OpenAI vem reconfigurando a base técnica sobre a qual seus modelos de inteligência artificial (IA) operam. Em vez de depender apenas de chips genéricos disponíveis no mercado, a empresa busca adaptar o hardware às demandas específicas de seus algoritmos, aproximando o design dos modelos da estrutura física que os executa. O objetivo é claro — reduzir custos operacionais e consumo de energia, dois gargalos cada vez mais relevantes na era dos grandes modelos generativos.

Essa abordagem reflete uma tendência que já transformou o setor de dispositivos móveis: o alinhamento entre software e silício. Assim como a Apple conquistou ganhos de desempenho e eficiência ao criar chips sob medida para o iPhone, a OpenAI busca garantir que seus modelos funcionem de forma otimizada, desde o treinamento até a entrega das respostas aos usuários.

A OpenAI visa reduzir custos operacionais e consumo de energia (Imagem: JarTee / Shutterstock.com)

Treinamento e inferência: eficiência e especialização

Nos sistemas de IA, treinamento e inferência exigem perfis diferentes de hardware. O treinamento depende da potência e flexibilidade das GPUs, enquanto a inferência — quando o modelo responde a consultas — demanda chips capazes de lidar com grandes volumes de memória de alta largura de banda e com padrões de acesso seletivos.

Modelos recentes da OpenAI utilizam redes neurais esparsas, nas quais apenas partes específicas da rede são ativadas para cada consulta. Isso reduz significativamente o consumo computacional e permite que chips projetados para esse comportamento aumentem a eficiência por ordem de magnitude, diminuindo custos e acelerando o tempo de resposta.

Chips customizados, incluindo os desenvolvidos em parceria com fornecedores como a Broadcom, exploram essas características para entregar resultados mais rápidos e econômicos.

A OpenAI anunciou uma parceria com a Broadcom para desenvolvimento de chips (Imagem: Ascannio / Shutterstock.com)

Memória de alta largura de banda e otimização

A OpenAI também prioriza chips que suportem HBM (High-Bandwidth Memory), essencial para modelos que processam grandes volumes de dados rapidamente. Parcerias com fabricantes de memória avançada garantem desempenho consistente, mesmo em aplicações de alta demanda, como o produto Pulse, que resume informações da internet para usuários premium.

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Escala e consumo energético

O impacto da estratégia de chips vai além do desempenho técnico. Estimativas do CEO Sam Altman indicam que atender bilhões de usuários com IA generativa poderia exigir um chip por pessoa, com consumo energético comparável ao de grandes cidades. Nesse cenário, eficiência não é apenas uma questão técnica, mas um requisito para a viabilidade do modelo de negócio.

Sam Altman estima que a OpenAI pode precisar de um chip por pessoa para atender demanda de bilhões de usuários (Imagem: Mijansk786/Shutterstock)

A OpenAI combina treinamento em GPUs poderosas com chips customizados para inferência, criando um ecossistema que maximiza eficiência, reduz custos e permite escalar a entrega de IA em larga escala, mantendo o consumo energético dentro de limites gerenciáveis.

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