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Opinião: Borderlands 4 é o jogo que a franquia precisava, mas com problemas

by Fesouza
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Borderlands nunca foi para todo mundo e continua assim. Desde o primeiro jogo, a franquia se apoia em pilares que dividem opiniões: foco no loot e no cooperativo, inimigos “esponja de bala”, absurdos constantes e muito humor ácido.

Se você espera que o novo jogo seja algo diferente disso, a decepção é certa. Agora, se Borderlands 2 conquistou seu coração e a história de Borderlands 3 te desagradou, as notícias são animadoras — embora com problemas bem gritantes. Estas são minhas impressões após 30 horas de Borderlands 4.

Humor de volta às origens (e mais afiado)

Uma das grandes mudanças em Borderlands 4 está na escrita. Sam Winkler assina sozinho o roteiro e, apesar de ter trabalhado no jogo anterior, sempre criticou o “humor de banheiro”. Até agora, a escolha parece ter sido acertada.

As piadas estão mais adultas, certeiras e — o mais importante — realmente engraçadas. Minha decepção com a franquia depois de New Tales From The Borderlands, que parecia mirar um público mais infantil, foi substituída por várias risadas.

As missões secundárias brilham com ideias absurdas que me lembraram por que me apaixonei por Borderlands 2: um homem quer ajuda com dor nas costas, um idoso precisa produzir bebidas alcoólicas, um coach de vida promete te transformar e armas com inteligência artificial devastam uma região. Nenhuma dessas missões acaba de forma previsível, cada uma é tão bizarra quanto divertida.

História principal séria, mas bem construída

As missões principais não são ruins, mas o Senhor do Tempo é um vilão realmente ameaçador. A trama segue um rumo pouco surpreendente, porém impactante.

Os personagens secundários são bem escritos e fogem de arquétipos óbvios. Há espaço para humor, mas ele entra apenas para aliviar o clima. Como de costume, personagens jogáveis de títulos anteriores retornam como NPCs carismáticos e importantes para a história. Encontrar a ninfa Amara e o pirata high-tech Zane me deu um quentinho no coração.

Imagem dos personagens Zane e Moxxi de Borderlands 4
Juntar Zane com Moxxi foi uma escolha genial (Imagem: Gearbox)

Os novos caça-arcas também são extremamente divertidos e carismáticos. A Gearbox deu mais personalidade a eles, indo além da build. Rafa, o exo-soldado, é mulherengo e autoconfiante, alterna inglês e espanhol e tem aquele jeitão latino. Quero conhecer os outros, mas não estou pronto para abandonar “mi chico”.

Jogabilidade refinada e vertical

A excelente gunplay de Borderlands 3 está de volta, agora com mapas e combates mais verticais. O jogador conta com um planador, para se manter mais tempo no ar, e um gancho, que permite alcançar áreas elevadas e puxar itens em meio ao caos.

A infinidade de armas geradas automaticamente continua lá: criativas, variadas e divertidas de usar. A troca constante de equipamentos e a caça por loot permanecem intensas.

E aí vem o desastre

A performance do jogo é simplesmente patética, triste, ridícula, absurda, ilógica, cômica, espalhafatosa, horrorosa, deplorável, horripilante, abominável, execrável, pavorosa, imprestável, desagradável, condenável e asquerosa.

A combinação da Unreal Engine 5 com o software antipirataria Denuvo causou revolta na comunidade — da qual eu faço parte. Um guia de otimização oficial foi lançado para ajudar jogadores a atingir certos FPS com base na placa de vídeo e resolução.

Guia de performance de Borderlands 4
É tanta letrinha que não dá pra ver nem apertando os olhos (Imagem: Gearbox)

Mesmo seguindo tudo à risca, eu deveria ter algo em torno de 60 FPS. O que recebi foram partes inteiras rodando abaixo de 20 FPS, melhorando só quando eu reiniciava o jogo.

Desde o lançamento, a Gearbox lançou alguns patches, mas nada que realmente resolva. Só deve melhorar quando o Denuvo for removido — algo que costuma acontecer cerca de um ano depois.

Veredito parcial

Borderlands 4 é exatamente o que os fãs queriam, mas isso tem um preço: R$ 380 e uma performance que compromete muito a experiência. Mesmo assim, o jogo atingiu minhas altas expectativas e mostrou que a Gearbox aprendeu com (alguns de) seus erros.

E aí, você está jogando Borderlands 4 ou vai dar uma chance para o game? Comente nas redes sociais do Voxel e TecMundo!

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