Imagine se seus braços pudessem tomar decisões sozinhos enquanto você pensa em outra coisa. Nos polvos, essa autonomia é uma realidade biológica fascinante.
O sistema nervoso descentralizado dos polvos
Pesquisadores do Marine Biological Laboratory, vinculado à University of Chicago, estudam como essa inteligência descentralizada permite que o animal execute tarefas complexas de forma simultânea e eficiente.
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Distribuição neuronal
Cerca de dois terços dos neurônios de um polvo estão localizados em seus braços, e não na cabeça, criando centros de processamento locais.
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Autonomia motora total
Cada tentáculo pode explorar o ambiente, identificar texturas e até capturar presas sem precisar de uma ordem direta do cérebro central.
A capacidade de sentir e provar com os braços
A engenharia biológica desses animais é tão avançada que os braços não servem apenas para o movimento. Eles são equipados com quimiorreceptores e mecanorreceptores que permitem ao polvo “provar” e “sentir” objetos apenas pelo toque.
Essa rede de sensores envia informações para os gânglios locais, que processam os dados e decidem a melhor reação instantaneamente. Isso explica por que um tentáculo amputado pode continuar reagindo a estímulos por um curto período, comprovando a independência nervosa de cada membro.

inteligência artificial-ChatGPT/Olhar Digital)
Comparação entre o cérebro central e os sistemas periféricos
Para entender como o polvo gerencia tantas informações ao mesmo tempo, é preciso observar as diferenças entre o comando central e a execução periférica de cada braço.
A vantagem evolutiva da multitarefa biológica
Essa estrutura descentralizada confere ao polvo uma vantagem competitiva inigualável no oceano. Enquanto o cérebro central foca em monitorar predadores ou planejar uma camuflagem complexa, os braços trabalham de forma independente na busca por comida dentro de fendas rochosas. É uma solução evolutiva para o processamento paralelo: o animal não sofre de “sobrecarga cognitiva”, pois a maior parte do trabalho braçal é resolvida localmente, permitindo uma resposta muito mais rápida do que se todos os sinais tivessem que viajar até a cabeça e voltar.
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