Os dinossauros muitas vezes são retratados na mídia como “lagartos gigantes e assustadores”, mas e se, na verdade, eles pudessem mexer o rabinho (ou cauda) tal qual um cachorro doméstico? É mais ou menos isso que revelou uma pesquisa realizada pelo Museu de História Natural de Berlim.
O novo estudo foca na cauda desses antigos habitantes do nosso planeta. Filmes e animações mostram dinossauros arrastando ou mantendo a cauda estática, mas evidências fósseis indicam que a posição natural era paralela ao chão, conforme informações do IFLScience.
Quais funções a cauda dos dinossauros exercia?
Verónica Díez Díaz, funcionária do museu alemão, explica que a cauda desempenhava funções complexas de equilíbrio, locomoção e comunicação. A cauda podia funcionar como uma ferramenta multifuncional, ajudando na propulsão das patas traseiras e servindo como defesa.

Assim como a cauda de um cão sinaliza emoções ou ameaça, os saurópodes podiam utilizá-la para comunicação ou intimidação. Apesar de comportamentos não ser possível afirmar isso com base nos fósseis, eles ajudam os cientistas a levantar hipóteses e fazer suposições.
Testes e simulações
A equipe de Díaz utilizou reconstruções 3D e simulações biomecânicas para analisar a amplitude de movimento do Giraffatitan. Foi descoberto que a cauda podia se curvar como a de um cão ou dobrar em direção aos tornozelos, revelando uma mobilidade surpreendente e desafiando a visão de que esse membro era completamente estático.
O estudo começou com a análise detalhada de ossos fossilizados, observando marcas de músculos e tendões que serviram como pistas para entender a real função das caudas. Esses dados foram comparados com espécies vivas de parentes dos dinossauros (como aves e crocodilos), antes de serem aplicados em modelos digitais que recriam o movimento do animal.

Além de expandir o conhecimento sobre a anatomia do Giraffatitan, a pesquisa permite entender padrões de locomoção precisos. Simulações biomecânicas ajudam a estimar a velocidade, necessidades metabólicas e distâncias percorridas durante migrações, oferecendo uma visão detalhada do ecossistema desse período.
Importância do estudo
O trabalho também possibilita compreender a interação entre diferentes espécies de saurópodes. Comparar caudas e movimentos auxilia na reconstrução de como os animais se deslocavam em grupo, se defendiam e evitavam conflitos, mostrando a complexidade das relações entre espécies naquele período.
Leia mais:
- Como paleontólogos descobrem e desenterram fósseis?
- Como os fósseis se formam e por que são tão raros?
- Fragmentos de crânio apontam para a existência de “mini” Tiranossauros
O estudo abre caminho para pesquisas futuras com saurópodes da formação Tendaguru, na Tanzânia. Cada nova simulação permite entender melhor a evolução, comportamentos e interações desses animais, aproximando a ciência de responder perguntas antigas sobre como viviam, se comunicavam e dominavam os ecossistemas.
O post Os dinossauros podiam abanar o rabo igual cachorrinhos? apareceu primeiro em Olhar Digital.