A Stellantis cancelou os planos de lançar a Ram 1500 REV totalmente elétrica, anunciada em 2023 como sua primeira picape elétrica de grande porte. A decisão foi tomada diante da queda na demanda por caminhonetes elétricas na América do Norte, mercado considerado estratégico para a montadora.
No lugar, a empresa vai apostar num modelo de alcance estendido, que combina bateria com um gerador a gasolina. Esse veículo, antes chamado de Ramcharger, agora passa a se chamar Ram 1500 REV e promete até 1.100 km de autonomia, mantendo capacidade de reboque e carga para competir no segmento.
Mudança de rota na Stellantis para picape Ram elétrica
A decisão marca uma guinada na estratégia da montadora, que vinha apostando numa picape elétrica pura para disputar mercado com rivais como Ford F-150 Lightning, Rivian R1T e Tesla Cybertruck.
Agora, a Stellantis opta por um modelo de eletrificação híbrida. A ideia é reduzir custos, ampliar autonomia e oferecer ao consumidor uma alternativa mais próxima do uso tradicional esperado em picapes de grande porte.
Como fica a Ram 1500 REV de alcance estendido
Combinar uma bateria elétrica a um gerador a gasolina é a solução encontrada pela Stellantis para viabilizar a nova picape. A tecnologia, conhecida como REEV (veículo elétrico de autonomia estendida), reduz a dependência exclusiva da bateria e amplia o alcance total com uma única carga e tanque cheio.

O veículo será construído sobre a plataforma STLA Frame, desenvolvida para suportar diferentes tipos de motorização – do elétrico puro ao híbrido e até células de hidrogênio. Essa base foi pensada para acomodar veículos de grande porte, como picapes e comerciais leves, que exigem robustez e flexibilidade no trem de força.
Segundo a Stellantis, a proposta é oferecer um modelo que mantenha a experiência de dirigir um elétrico, mas sem as limitações de autonomia que ainda afastam compradores nesse segmento.
A empresa promete capacidade de reboque e carga comparável à de modelos tradicionais, mirando consumidores que dependem do veículo para trabalho pesado. A produção está prevista para 2026, ainda sem preço divulgado.
Como está a concorrência
A Stellantis não é a única montadora a rever seus planos para picapes elétricas. A Ford, com a F-150 Lightning, reduziu o ritmo de produção após vendas abaixo do esperado. Até mesmo a Tesla, com a Cybertruck, ainda luta para transformar o impacto inicial em volume consistente de vendas.

O problema é comum: picapes são veículos pesados, exigem baterias grandes e caras, e perdem autonomia de forma significativa ao rebocar ou transportar cargas. Isso limita o apelo para compradores que esperam desempenho comparável ao dos modelos a combustão.
Esse cenário ajuda a explicar por que as montadoras têm buscado soluções híbridas ou de alcance estendido, capazes de oferecer autonomia maior e custos mais previsíveis.
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Posicionamento da Stellantis e próximos passos
No comunicado em que anunciou o cancelamento da Ram 1500 elétrica pura, a Stellantis procurou reforçar que a marca continua comprometida com a eletrificação.

A empresa destacou a gama completa da linha Ram, que vai de modelos compactos como a Ram 700 até veículos pesados, além das vans ProMaster. A mensagem foi clara: a picape 100% elétrica sai de cena, mas a estratégia de oferecer opções eletrificadas segue ativa.
O desafio, daqui para frente, será equilibrar esse portfólio com a pressão por custos mais baixos e maior volume de vendas. Ao manter o foco no modelo de alcance estendido, a Stellantis busca ganhar tempo para amadurecer sua estratégia de eletrificação sem perder espaço num mercado de picapes cada vez mais competitivo.
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