O CEO da OpenAI, Sam Altman, iniciou um giro por Ásia e Oriente Médio em busca de chips e novos aportes bilionários. O executivo quer prioridade na produção de semicondutores e capital fresco para sustentar a expansão da desenvolvedora do ChatGPT. Isso num momento em que a demanda por poder computacional cresce em ritmo sem precedentes.
A viagem coloca Altman no centro de negociações com gigantes como TSMC, Samsung, SK Hynix e Hitachi, além de fundos de Abu Dhabi. Mais do que um roadshow financeiro, trata-se de uma corrida global por capacidade tecnológica.
Altman faz giro internacional para turbinar a OpenAI
De Taiwan aos Emirados Árabes Unidos, Altman vem costurando parcerias que vão de fornecimento de chips de memória a aportes em data centers, segundo o Wall Street Journal.
O movimento ecoa sua tentativa frustrada de 2024, quando pediu até US$ 7 trilhões e foi visto como irrealista. Desta vez, ele retorna com uma OpenAI fortalecida, avaliada em meio trilhão de dólares e respaldada por acordos gigantes.
Pressão por chips e capacidade computacional
O avanço da OpenAI esbarra no mesmo gargalo que afeta toda a indústria: a escassez de chips para inteligência artificial (IA).
Em sua turnê, Altman se reuniu com a TSMC, maior fabricante mundial de semicondutores, além de Foxconn, Samsung e SK Hynix. A meta é clara: aumentar a produção de componentes essenciais e garantir prioridade nas encomendas da startup.
Desde o lançamento do ChatGPT, a cadeia global de suprimentos enfrenta estrangulamentos. E Altman aposta em influência política e em promessas de novos investimentos para assegurar que a OpenAI não fique para trás nessa corrida pelo silício.
Parcerias na Ásia
Na passagem pela Coreia do Sul, Altman trouxe Samsung e SK Hynix como aliadas estratégicas num acordo que pode dobrar a capacidade mundial de produção de memória de alta performance.
A estimativa é que a OpenAI demande até 900 mil wafers por mês (mais sobre isso no final deste bloco da matéria) — volume que supera em muito a oferta atual. Além disso, a empresa planeja co-desenvolver data centers no país, o que reforça a ambição de transformar a Coreia num polo global de IA.
No Japão, a parceria com a Hitachi foca em infraestrutura elétrica, com fornecimento de equipamentos para transmissão e distribuição de energia em futuros data centers.
Em paralelo, a OpenAI já negocia estar entre os primeiros clientes a receber os sistemas Rubin da Nvidia, previstos para 2026.
O que é um wafer e por que ele importa na IA
- O wafer é uma lâmina fina de silício usada como base para fabricar chips;
- Cada wafer funciona como uma “placa-mãe” em miniatura: nele são gravados, em escala microscópica, os circuitos que depois serão cortados e transformados em processadores ou memórias;
- Quanto maior o volume de wafers produzidos, maior a quantidade de chips disponíveis;
- No caso da IA, esses componentes são vitais para treinar modelos como o ChatGPT. Eles fornecem a velocidade e a capacidade de memória necessárias para processar trilhões de cálculos por segundo.
Ou seja: a busca de Altman por 900 mil wafers mensais simboliza a tentativa de ampliar a base física que sustenta o crescimento da OpenAI.
O capítulo do Oriente Médio
A etapa do tour nos Emirados Árabes Unidos concentra-se em levantar capital para projetos de grande escala. Altman deve se reunir com fundos soberanos como MGX e Mubadala, além da parceira local G42, que já opera com a OpenAI na região.
Parte desses recursos pode ser direcionada ao Stargate, megacentro de dados planejado para Abu Dhabi e projetado para abrigar infraestrutura de IA em escala sem precedentes.
A aposta no Golfo reforça a estratégia de diversificar fontes de financiamento e, ao mesmo tempo, aproximar a empresa de parceiros que têm liquidez e interesse em se posicionar como protagonistas na corrida global pela IA.
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Valuation recorde e dilemas financeiros
O roadshow de Altman acontece num momento em que a OpenAI alcançou a marca de US$ 500 bilhões em valor de mercado. Ao superar a SpaceX, de Elon Musk, a desenvolvedora do ChatGPT assumiu o posto de startup mais valiosa do mundo.
A venda de US$ 6,6 bilhões em ações para investidores como SoftBank e T. Rowe Price reforçou a confiança no futuro da companhia. Mas, por trás do número, estão dilemas financeiros expressivos.
A empresa registrou receita de US$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, mas queimou bilhões em pesquisa e desenvolvimento. Além disso, projeta um prejuízo anual de US$ 8,5 bilhões.
É esse contraste — entre a confiança do mercado e a pressão por sustentabilidade — que dá ao giro internacional de Altman uma urgência ainda maior.
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