Afinal, qual é o custo médio para ser um gamer no Brasil e em outros países do mundo, contando com console, assinatura e games? O valor para manter o hobby varia significativamente ao redor do mundo — e um novo estudo da LDShop mostra como o nosso país se posiciona nessa realidade.
A pesquisa avaliou os gastos anuais considerando compra de consoles, jogos, assinatura de serviços, internet e acessórios, revelando diferenças expressivas entre as regiões. A pesquisa indica que o Brasil está entre os países onde o valor para ser um gamer é um dos mais acessíveis, mas por um motivo: os jogadores não gastam tanto em games, que estão cada vez mais caros no país.
Enquanto jogadores na Índia gastam pouco mais de US$ 300 por ano para manter o hobby, em países como os Emirados Árabes Unidos essa conta ultrapassa US$ 1.400. Fatores como preço de hardware, custo da internet e estratégias de precificação regional influenciam diretamente os números finais.
No caso do Brasil, o custo anual estimado para ser um gamer no Brasil é de US$ 490,57 — o que nos coloca à frente de mercados como Japão, Itália e Estados Unidos em termos de acessibilidade. Ou seja, na ponta do lápis, o Brasil é um dos países em que menos se gasta para aproveitar o hobby de jogar videogame.
No entanto, na prática, isso acontece justamente porque os jogos são caros por aqui: além do estudo apontar que comprar um console no país custa muita grana, os gamers do país evitam games caros, o que acaba fazendo a matemática da pesquisa pesar para baixo na pesquisa.
Quais países são mais caros de se jogar videogame em 2025?
O levantamento da LDShop analisou 20 grandes mercados de games e concluiu que, embora países da Ásia liderem a lista dos mais baratos, nações do Oriente Médio e do Ocidente registram os valores mais altos para manter o hábito de jogar videogame.
Na ponta acessível, Índia, China e Turquia se destacam por preços menores de consoles e assinaturas, além de custos reduzidos de internet. Já no topo da lista dos mais caros, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Estados Unidos enfrentam valores elevados — principalmente devido à infraestrutura de internet e aos preços dos acessórios.
As diferenças são tão grandes que, em alguns casos, o valor pago por um gamer em um país caro poderia financiar mais de uma configuração completa em mercados mais acessíveis. Confira abaixo o ranking completo com o custo médio mais alto para ser gamer em 2025:
Emirados Árabes Unidos
- Custo total anual — US$ 1.475,24
- PS5 — US$ 544
- Gasto anual com jogos — US$ 74,88
- Assinaturas anuais — US$ 64,99
- Internet mensal — US$ 101,78
- Acessórios — US$ 254,07
Arábia Saudita
- Custo total anual — US$ 1.135,42
- PS5 — US$ 826
- Gasto anual com jogos — US$ 78,06
- Assinaturas anuais — US$ 64,99
- Internet mensal — US$ 71,34
- Acessórios — US$ 127,69
Estados Unidos
- Custo total anual — US$ 1.106,78
- PS5 — US$ 500
- Gasto anual com jogos — US$ 73,92
- Assinaturas anuais — US$ 79,99
- Internet mensal — US$ 71,99
- Acessórios — US$ 123,00
Canadá
- Custo total anual — US$ 992,45
- PS5 — US$ 476
- Gasto anual com jogos — US$ 70,95
- Assinaturas anuais — US$ 80,00
- Internet mensal — US$ 62,95
- Acessórios — US$ 126,86
Austrália
- Custo total anual — US$ 878,39
- PS5 — US$ 464
- Gasto anual com jogos — US$ 73,25
- Assinaturas anuais — US$ 68,50
- Internet mensal — US$ 54,04
- Acessórios — US$ 152,90
Alemanha
- Custo total anual — US$ 874,22
- PS5 — US$ 581
- Gasto anual com jogos — US$ 83,26
- Assinaturas anuais — US$ 78,50
- Internet mensal — US$ 51,10
- Acessórios — US$ 113,86
Holanda
- Custo total anual — US$ 865,88
- PS5 — US$ 548
- Gasto anual com jogos — US$ 83,26
- Assinaturas anuais — US$ 78,50
- Internet mensal — US$ 50,43
- Acessórios — US$ 144,25
Reino Unido
- Custo total anual — US$ 774,65
- PS5 — US$ 556
- Gasto anual com jogos — US$ 84,08
- Assinaturas anuais — US$ 80,60
- Internet mensal — US$ 42,58
- Acessórios — US$ 137,50
França
- Custo total anual — US$ 683,60
- PS5 — US$ 548
- Gasto anual com jogos — US$ 83,26
- Assinaturas anuais — US$ 78,50
- Internet mensal — US$ 35,58
- Acessórios — US$ 115,66
Espanha
- Custo total anual — US$ 661,81
- PS5 — US$ 512
- Gasto anual com jogos — US$ 83,26
- Assinaturas anuais — US$ 78,50
- Internet mensal — US$ 34,34
- Acessórios — US$ 104,22
Itália
- Custo total anual — US$ 643,62
- PS5 — US$ 547
- Gasto anual com jogos — US$ 83,26
- Assinaturas anuais — US$ 78,50
- Internet mensal — US$ 32,04
- Acessórios — US$ 135,13
Japão
- Custo total anual — US$ 620,82
- PS5 — US$ 502
- Gasto anual com jogos — US$ 69,35
- Assinaturas anuais — US$ 46,00
- Internet mensal — US$ 34,80
- Acessórios — US$ 112,90
Argentina
- Custo total anual — US$ 605,12
- PS5 — US$ 1.144
- Gasto anual com jogos — US$ 75,53
- Assinaturas anuais — US$ 60,00
- Internet mensal — US$ 22,86
- Acessórios — US$ 223,00
México
- Custo total anual — US$ 602,30
- PS5 — US$ 740
- Gasto anual com jogos — US$ 69,75
- Assinaturas anuais — US$ 58,00
- Internet mensal — US$ 28,77
- Acessórios — US$ 165,19
Coreia do Sul
- Custo total anual — US$ 531,49
- PS5 — US$ 869
- Gasto anual com jogos — US$ 64,39
- Assinaturas anuais — US$ 60,00
- Internet mensal — US$ 22,37
- Acessórios — US$ 101,20
Brasil
- Custo total anual — US$ 490,57
- PS5 — US$ 823
- Gasto anual com jogos — US$ 57,56
- Assinaturas anuais — US$ 67,00
- Internet mensal — US$ 19,16
- Acessórios — US$ 129,25
Egito
- Custo total anual — US$ 473,58
- PS5 — US$ 711
- Gasto anual com jogos — US$ 73,92
- Assinaturas anuais — US$ 127,00
- Internet mensal — US$ 12,41
- Acessórios — US$ 155,03
Turquia
- Custo total anual — US$ 448,01
- PS5 — US$ 829
- Gasto anual com jogos — US$ 91,13
- Assinaturas anuais — US$ 53,20
- Internet mensal — US$ 13,68
- Acessórios — US$ 147,60
China
- Custo total anual — US$ 344,81
- PS5 — US$ 613
- Gasto anual com jogos — US$ 68,34
- Assinaturas anuais — US$ 40,00
- Internet mensal — US$ 11,30
- Acessórios — US$ 93,30
Índia
- Custo total anual — US$ 307,81
- PS5 — US$ 658
- Gasto anual com jogos — US$ 59,07
- Assinaturas anuais — US$ 47,40
- Internet mensal — US$ 7,90
- Acessórios — US$ 87,84
Como o Brasil se saiu no levantamento da LDShop?
O Brasil aparece em uma posição relativamente favorável no ranking global de custos para ser gamer em 2025. Segundo o estudo, o país ocupa o 5º lugar entre os mais acessíveis, com um gasto anual médio de US$ 490,57 — cerca de R$ 2.600 no câmbio atual.
Esse valor inclui a média de despesas com console (PS5), jogos, assinatura do PS Plus, internet de alta velocidade e acessórios, todos calculados com base em preços locais e convertidos para dólar.
O destaque brasileiro está no baixo gasto anual com jogos, de apenas US$ 57,56, o que ajuda a conter o custo total. A internet, a US$ 19,16 por mês, e a assinatura da PS Plus, de US$ 67 por ano, também não estão entre as mais caras do mundo — o que mantém a posição do país no topo da lista de acessibilidade.
Por outro lado, o preço médio do console, estimado em US$ 823, é altíssimo, mas seu impacto no orçamento anual é suavizado por ser diluído no tempo de vida médio do aparelho. Isso mostra que, apesar do hardware ainda ter valores elevados no Brasil, manter o hobby por aqui custa menos do que em muitos mercados desenvolvidos.
Na prática, o gamer brasileiro gasta cerca de um terço do que um jogador dos Emirados Árabes desembolsa anualmente e cerca de 60% menos que um norte-americano. No entanto, isso não quer dizer que os jogos são baratos por aqui.
Se o Brasil está bem na tabela, por que parece ser tão caro jogar videogame por aqui?
Apesar de o Brasil aparecer como um dos mercados mais “baratos” no ranking geral, a percepção local, certamente, é bem diferente. Isso ocorre porque, para a renda média do brasileiro, o custo do hobby ainda é elevado. Além disso, os preços finais sofrem impacto direto da carga tributária sobre produtos eletrônicos e importados.
Outro fator é o chamado “imposto cultural” aplicado de forma indireta: lançamentos de consoles e jogos frequentemente chegam com preços alinhados aos mercados norte-americanos e europeus, mas sem o devido ajuste ao poder de compra local.
Isso, certamente, resulta em um peso muito maior no orçamento do jogador brasileiro. Já imaginou se tivéssemos um poder de compra à altura e sem as altíssimas taxas tributárias?
Em contrapartida, estratégias como esperar promoções, apostar em assinaturas anuais e aproveitar jogos gratuitos têm ajudado os jogadores brasileiros a driblar parte desses custos. No fim das contas, o baixo gasto dos brasileiros na pesquisa não tem ligação com o valor alto dos games, mas com o costume de aproveitar ofertas e games free-to-play.
Esse comportamento se reflete na Pesquisa Games Brasil, que mostra o panorama dos jogadores mais aprofundado no país. Conforme o estudo, 88,8% dos entrevistados consideram os jogos digitais uma de suas principais formas de entretenimento, mas a grande maioria aproveita games no celular — que é conhecido pelos jogos free-to-play.
Com esse cenário, ambos os estudos reforçam um padrão: os brasileiros amam videogame, mas claramente não estão dispostos a gastar de R$ 300 a R$ 400 em lançamentos. Com isso, games em promoção e jogos gratuitos acabam roubando a atenção da galera sem pesar no bolso.
É uma “grata” surpresa saber que o Brasil não é um dos países mais caros do mundo para jogar videogame em 2025 — mas também surpreendente, considerando a nossa realidade, mostrando que o cenário ainda tem muito a evoluir. E aí, a conta fecha? Comente sua opinião nas redes sociais do Voxel!