Pesquisa sobre trabalho por aplicativo mostra que setor é precarizado

A edição de 2023 da pesquisa que mede a adequação das empresas que operam por aplicativo às condições justas de trabalho deu nota zero a sete companhias conhecidas do setor, entre elas 99, Rappi e Uber. Realizada pela Fairwork Brasil, o levantamento qualitativo avalia como as marcas tratam os funcionários em diversos quesitos. Apenas três empresas pontuaram.

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Pesquisa de trabalho por aplicativo

A pesquisa da Fairwork tem o objetivo de avaliar as empresas do ramo do trabalho por aplicativo, procurando obter dados qualitativos sobre diversos aspectos, para melhorar a situação desse setor no Brasil.

No entanto, na primeira rodada da pesquisa, as sete empresas mais conhecidas do setor tiraram nota zero.

O que nos interessa de fato são as condições de trabalho decentes, salários adequados acima do custo do trabalho de acordo com o salário mínimo brasileiro etc., mas não foi isso que nós encontramos. Nós ainda temos condições muito precárias de trabalho, condições que não atendem sequer à nossa legislação vigente.

Roseli Figaro, coordenadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho da Escola de Comunicações e Artes da USP e do projeto Fairwork Brasil

Pesquisa mede, entre outros pontos, remuneração e contratos de trabalho justos para funcionários de empresas que operam por aplicativo (Crédito editorial: Alf Ribeiro / Shutterstock.com)

Como funciona

Para medir a qualidade do trabalho, a pesquisa usa cinco critérios: salário mínimo local; condições justas de trabalho (o que inclui condições de saúde e segurança); contratos justos (que inclui termos claros de contratação, onde recorrer a punições, etc); gestão justa (que inclui o respeito e a não discriminação dos trabalhadores por qualquer motivo); e representação justa (que inclui o direito dos trabalhadores de se reunirem em sindicatos e outras organizações).

Edição de 2023 da pesquisa

Dez plataformas foram analisadas: 99, Americanas Entrega Flash, AppJusto, GetNinjas, iFood, Lalamove, Loggi, Parafuzo, Rappi e Uber. Os pontos variavam de zero a dez.Dessas, apenas AppJusto (3 pontos), iFood (2 pontos) e Parafuzo (1 ponto) ponturam. As outras sete empresas zeraram a pesquisa.De acordo com a pesquisa, as três empresas ganharam um ponto por atenderem ao salário mínimo local. As outras duas atendem aos contratos justos e gestão justa.A pesquisa também aconteceu em 2021 e, em relação à edição anterior, abriu a possibilidade de os pesquisadores dialogarem com os representantes das empresas de aplicativo.Segundo Figaro, o que a organização espera com isso é que as companhias se adequem aos requisitos através de um diálogo constante, no que ela descreve o levantamento como uma “pesquisa-ação”.Para ela, não se trata de uma mera estatística, mas sim de fazer propostas para essas empresas, em conjunto com os trabalhadores.O Olhar Digital entrou em contato com as empresas citadas e aguarda um retorno.

iFood pontuou na edição de 2021, mas zerou na de 2023 (Imagem: Marcello Casal/Agência Brasil)

Edição de 2021

Na edição de 2021, a primeira realizada pela Fairwork, foram cinco empresas analisadas: iFood, 99, Uber, GetNinjas, Rappi e Uber Eats.

Dessas, iFood e 99 receberam 2 pontos; e Uber, 1 ponto. As outras três zeraram.

Com informações de Jornal da USP

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