Pacientes que sofrem com apneia obstrutiva do sono podem ganhar mais uma opção de tratamento em breve. O primeiro comprimido oral para a condição apresentou resultados positivos no ensaio clínico de estágio III da empresa farmacêutica Apnimed.
Chamado de AD109, o medicamento foi avaliado após 12 meses de acompanhamento em adultos com apneia do sono leve, moderada e grave, cobrindo uma ampla faixa etária. Os benefícios puderam ser comprovados após 26 semanas de uso.
A empresa não registrou efeitos adversos graves e disse acreditar que os dados obtidos até agora respaldam a segurança e a eficácia do AD109. No entanto, as informações ainda precisam passar por revisão da FDA, agência federal americana de atuação similar à Anvisa — o pedido de registro do medicamento será feito em 2026.

“Dada a escala da necessidade não atendida na AOS [apneia obstrutiva do sono], onde a maioria dos pacientes permanece sem tratamento, acreditamos que o AD109, como um medicamento oral simples de administração única diária, tem o potencial de expandir e remodelar o cenário de tratamento, o que representaria uma oportunidade comercial significativa para a Apnimed”, diz o comunicado.
O que é a apneia do sono?
A condição se dá a partir de obstruções na garganta durante o sono, gerando uma “pausa” na respiração de, no mínimo, 10 segundos, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Essa restrição de passagem do ar ocorre quando a musculatura está relaxada, com a queda da língua e deslocamento posterior da mandíbula. Nessas condições, o paciente dificilmente consegue atingir o sono profundo e reparador, o que pode desencadear outros problemas de saúde.

Os sinais mais comuns são roncos e sonolência excessiva diurna, e pode ocorrer com mais frequência em indivíduos com doenças do coração e hipertensão arterial. O diagnóstico definitivo da doença é feito a partir da polissonografia, realizada durante o sono.
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Tratamentos atuais
Mudanças no estilo de vida podem contribuir para evitar episódios de apneia do sono de casos leves, principalmente redução do consumo de álcool e perda de peso. E fica o alerta: dormir com a barriga para cima aumenta a chance de obstrução, segundo a SBPT.

Outros tratamentos incluem o uso de aparelhos intraorais que aumentam a passagem de ar pela garganta, além de fonaudiologia para fortalecimento da musculatura em situações de apneia moderada.
Já o uso de gerador de pressão positiva contínua na via áerea (CPAP) durante o período do sono é opcional, segundo a SBPT. A máquina fornece fluxo de ar constante a partir de uma máscara, prevenindo as interrupções noturnas.
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