“Plástico-bolha” criado pelo MIT transforma vapor do ar em água potável

Apesar de vivermos em um planeta coberto pela água, apenas 2,5% dela é água doce, sendo que boa parte está congelada ou em aquíferos subterrâneos, o que limita a quantidade disponível para consumo humano. De acordo com artigo no MIT Technology Review, cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável.

No entanto, a atmosfera contém uma gigantesca quantidade de água na forma de vapor, por isso, pesquisadores estão buscando formas de aproveitar esse manancial infinito e condensá-lo em regiões que hoje não têm acesso a fontes d’água.

Pesquisadores demonstram o protótipo do coletor de água no Vale da Morte, na Califórnia. Crédito: Divulgação/MIT

“Plástico-bolha” é capaz de coletar água no ar

Pesquisadores do MIT conseguiram criar uma tecnologia capaz de coletar água potável na atmosfera, inclusive em desertos, afirma matéria no site LiveScience. Para isso utilizaram um “plástico-bolha” como coletor de água, tornando o acesso à água potável seguro e acessível em qualquer região da Terra.

Esse “plástico-bolha” é feito de uma camada hidrogel, um material altamente absorvente de água, entre duas peças de vidro, lembrando uma janela. Segundo os pesquisadores, o gel “tem maior capacidade de transporte de vapor que outros materiais usados para reter água do ar”. Além disso, o método criado, permite que uma área maior de absorção seja criada, aumentando a quantidade de vapor retido.

O sistema funciona da seguinte forma:

  • O hidrogel captura a umidade do ar.
  • O vapor evapora do hidrogel.
  • O material se dobra e encolhe, como um origami.
  • Durante o dia o vapor se condensa nas lâminas de vidro.
  • À noite, a água condensada escorre pelo tubo de saída, sendo coletada.

No protótipo criado, os pesquisadores fizeram um painel de hidrogel de meio metro quadrado dentro de uma caixa de vidro revestida com uma película especial para manter o ambiente mais frio.

Experimento captura água da atmosfera, sem precisar de baterias, e a transforma em água potável. Crédito: CK Foto / Shutterstock.com

Sistema não precisa de baterias ou eletricidade para funcionar

Além disso, segundo o artigo divulgado no MIT, o sistema funciona sozinho, “ao contrário de outros projetos que exigem baterias, painéis solares ou eletricidade”. O protótipo de meio metro quadrado conseguiu extrair até 160 mililitros de água potável (cerca de dois terços de uma xícara) por dia em pleno Vale da Morte na Califórnia, considerado o local mais seco da América do Norte.

Leia mais:

Construímos um dispositivo em escala métrica que esperamos implementar em regiões com recursos limitados, onde até mesmo uma célula solar não é muito acessível.

Xuanhe Zhao, autor sênior do estudo em artigo no MIT Technology Review.

Pesquisadores acreditam que com oito painéis de 1m por 2m seja possível abastecer uma casa em locais sem acesso à água potável. Crédito: Fizkes/Shutterstock

Para resolver problemas com a qualidade da água coletada por projetos em hidrogel, a equipe utilizou um estabilizador de sal para lidar com os saís de lítio adicionados na camada de gel para aumentar sua absorção.

Esse estabilizador, chamado glicerol, reduz o vazamento dos sais para menos de 0,06 ppm, que é a medida aceita pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos para que águas subterrâneas sejam consideradas próprias para consumo.

A equipe acredita que oito painéis de 1 m por 2 m sejam suficientes para abastecer casas em lugares onde o acesso à água potável seja muito difícil. Tudo isso a um custo comparado ao consumo de água engarrafada por um mês nos EUA, afirma o LiveScience.

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