Pode treinar doente ou gripado? Entenda quando é ou não aconselhado

A relação entre doença e esforço físico envolve uma série de variáveis, desde a gravidade dos sintomas até a condição prévia do sistema imunológico de cada pessoa. E saber se pode treinar gripado ou doente, para quem não quer perder o ritmo de exercícios físicos, é uma dúvida comum.

Embora existam aqueles que pulem o dia de treino com medo de piorar ainda mais o quadro, muitos acreditam que a atividade física pode até ajudar a acelerar a recuperação – mesmo que isso signifique lidar com sintomas incômodos como nariz entupido, dor de cabeça ou cansaço.

Por isso, que tal saber o que a medicina realmente recomenda nesses casos? Assim, você não coloca sua saúde ou sua rotina de treino em risco.

Exercício físico e doença: devo ou não treinar?

Homem doente deitado no sofá (Imagem: New Africa/Shutterstock)

Treinar regularmente é uma das práticas mais recomendadas para manter a saúde do corpo e da mente, mas quando os primeiros sintomas de uma gripe ou resfriado aparecem, muitas pessoas ficam na dúvida se devem ou não seguir com a rotina de exercícios.

A resposta não é tão simples quanto um “sim” ou “não”, já que depende do tipo, da intensidade e da localização dos sintomas. Entender os sinais do próprio corpo é essencial para não piorar o quadro e nem colocar em risco a própria recuperação.

A orientação médica mais adotada é a chamada “regra do pescoço”, ou seja, se os sintomas estiverem localizados acima do pescoço, como nariz entupido, espirros ou dor de garganta leve, o exercício leve ou moderado geralmente está liberado.

No entanto, se houver sinais abaixo do pescoço, como dor muscular, tosse intensa, febre, fadiga generalizada, falta de ar ou desconforto no peito, o mais prudente é suspender a atividade física até a recuperação completa. Essa abordagem busca evitar que o esforço físico agrave uma infecção já instalada ou comprometa o sistema imunológico.

Treinar gripado, mesmo em casos leves, pode gerar consequências indesejadas. O organismo, quando infectado, já está mobilizando energia para combater o vírus. Adicionar uma carga física ao corpo nesse momento pode atrasar a recuperação ou transformar um quadro simples em algo mais grave.

Há ainda o risco de espalhar o vírus para outras pessoas, caso o treino ocorra em academias ou ambientes compartilhados. Por isso, é importante pesar o benefício de manter a rotina contra os riscos de prolongar a doença.

Em casos de febre, a recomendação é ainda mais rígida. A elevação da temperatura corporal indica que o organismo está combatendo uma infecção ativa. O exercício físico pode aumentar ainda mais essa temperatura e causar desidratação, piora do estado geral e, em situações extremas, até arritmias cardíacas.

O ideal é esperar pelo menos 24 a 48 horas após o desaparecimento da febre antes de retomar qualquer atividade, mesmo que leve. Durante esse período, o repouso e a hidratação são os melhores aliados do corpo.

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Por outro lado, exercícios leves como caminhada, alongamentos ou ioga podem até ajudar em casos de resfriado comum. Essas atividades melhoram a circulação e podem proporcionar sensação de bem-estar, sem exigir muito do sistema respiratório ou imunológico.

Porém, mesmo nesses casos, é fundamental estar atento ao surgimento de novos sintomas ou à piora do quadro. Se houver qualquer desconforto fora do normal durante a atividade, o mais indicado é parar imediatamente.

Além disso, o ambiente de treino também influencia a decisão. Locais fechados e com pouca ventilação favorecem a propagação de vírus respiratórios. Se a pessoa gripada insiste em treinar nesse tipo de ambiente, pode estar colocando outros em risco.

Já em espaços abertos e bem ventilados, o risco de contágio diminui, mas ainda é importante respeitar o próprio limite físico e manter uma distância segura dos demais praticantes.

Crédito: Krakenimages.com – Shutterstock

Outro aspecto relevante é a intensidade do treino. Em momentos de doença, mesmo exercícios que fazem parte da rotina podem se tornar extenuantes. Por isso, deve-se reduzir a carga, o tempo e a intensidade dos movimentos até que o corpo esteja novamente apto a receber estímulos maiores.

O retorno à rotina completa deve ser gradual, com aumento progressivo da intensidade e da frequência, sempre observando como o corpo reage.

Pessoas com doenças crônicas, como asma, diabetes ou problemas cardíacos, devem redobrar os cuidados. Nesses casos, a gripe ou o resfriado pode agravar a condição pré-existente e tornar o exercício ainda mais arriscado. O ideal é consultar um médico antes de qualquer tentativa de voltar aos treinos, mesmo que os sintomas pareçam leves.

Já atletas ou pessoas em preparação para eventos específicos também devem procurar orientação especializada para evitar prejuízos na performance ou riscos à saúde.

Imagem: Drazen Zigic/Shutterstock

A alimentação durante o período gripal também deve ser observada com atenção. Manter uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes e proteínas magras, favorece a recuperação e ajuda o corpo a reagir melhor ao esforço físico.

Além disso, beber bastante água é essencial para manter o organismo hidratado, facilitar a eliminação de toxinas e melhorar a circulação sanguínea. Mesmo depois da melhora dos sintomas, ainda é importante monitorar a resposta do corpo nos primeiros dias de retorno aos treinos. Sensações como cansaço fora do comum, dor muscular excessiva ou falta de ar devem ser levadas a sério.

Em casos assim, o repouso prolongado ou uma nova avaliação médica pode ser necessária. O foco deve estar sempre na recuperação completa, e não na pressa para retomar metas e resultados.

Com informações de Mayo Clinic

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