Apesar das reduções globais nas emissões de mercúrio, as concentrações desta substância continuam aumentando no Ártico. Segundo uma nova pesquisa, as correntes oceânicas podem ser as responsáveis por este cenário.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Aarhus e da Universidade de Copenhague, ambas na Dinamarca. De acordo com eles, esta contaminação representa uma ameaça de longo prazo aos ecossistemas e à saúde humana na região.
Mercúrio pode permanecer nos oceanos por séculos
A equipe responsável pelo trabalho explica que o mercúrio liberado na atmosfera a partir da combustão de carvão e da mineração de ouro, por exemplo, pode permanecer no ar por cerca de um ano. No entanto, uma vez que entra no oceano, ele pode persistir nestes ambientes por mais de três séculos.
Isso significa que, mesmo com as atuais reduções de emissões, os níveis de mercúrio podem continuar elevados no Ártico por centenas de anos. Mas como a contaminação chegou até esta região era um mistério.
Segundo os pesquisadores, o mercúrio foi transportado de países como a China, grande produtora da substância, através das correntes oceânicas. Este processo pode levar até 150 anos e que ajuda a explicar a falta de declínio nos níveis de mercúrio do Ártico.
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Substância ameaça sobrevivência de vários animais
- O mercúrio é uma neurotoxina potente.
- Nos principais predadores do Ártico, como ursos polares e baleias dentadas, as concentrações são agora 20 a 30 vezes maiores do que antes da industrialização.
- A substância afeta o sistema imunológico, a reprodução e possivelmente as funções sensoriais dos animais, o que pode afetar a sobrevivência deles.
- Um cenário que representa sérios riscos à saúde não apenas dos ecossistemas, mas também das comunidades humanas que dependem da caça para alimentação.
- As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature Communications.
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