Sendo um clássico de sucesso da era PS2 que nunca teve uma sequência, os primeiros rascunhos de Black 2 surgiram ainda em 2005, antes mesmo da conclusão do jogo original — lançado em fevereiro de 2006. No entanto, divergências sobre a direção da sequência entre a Criterion e a EA logo atrapalharam o processo.
Enquanto parte da equipe queria continuar a história do protagonista Jack Kellar, a publisher defendia um reboot, mais focado em jogabilidade cooperativa e menos dependente da narrativa do primeiro jogo. Essa diferença de visões acabou enfraquecendo o projeto.
Em novembro de 2006, a EA chegou a citar publicamente uma “versão de próxima geração de Black” para PS3 e Xbox 360 em uma reunião de resultados financeiros. Pouco depois, o título desapareceu dos relatórios da empresa, indicando o cancelamento.
No fim, o excesso de projetos concorrentes dentro da EA, como Battlefield: Bad Company, e a falta de consenso criativo levaram ao fim de Black 2 ainda na pré-produção.
Quais eram os planos para Black 2?
Ex-conceitos de Black 2 também mostravam mudanças significativas. O designer de som Ben Minto afirmou que o subtítulo poderia ser “Rendition”, com foco em missões militares e cenários realistas. Já o designer Richard Bunn comparou ideias do jogo a algo próximo da série Hitman, explorando ambientes vivos e assassinatos de alvos específicos.
Além disso, documentos de artes conceituais mostravam que o protagonista Jack Kellar retornaria em uma das versões iniciais do projeto, dando continuidade à busca pelo ex-agente William Lennox.
A proposta mais ousada considerava transformar o título em um shooter cooperativo para Xbox 360 e PS3. Essa ideia também incluía mecânicas de resgate, em que um jogador poderia arrastar o aliado ferido enquanto ele ainda atirava em 360°.
Havia também planos de modernizar a franquia com foco em destruição mais detalhada e iluminação dinâmica — características bem fortes da série Battlefield. Um trailer conceitual, apelidado de Target X, chegou a ser produzido, embora nunca tenha sido divulgado oficialmente.
Com tantas mudanças de direção e falta de alinhamento, Black 2 acabou nunca passando da fase conceitual e do imaginário coletivo dos fãs, deixando apenas fragmentos de ideias e relatos de seus desenvolvedores.
Responsável por Black é o atual produtor de Battlefield 6
Apesar do cancelamento, o legado de Black ainda reverbera. O produtor Jeremy Chubb, que trabalhou no clássico da Criterion, hoje é um dos nomes à frente de Battlefield 6, próximo grande lançamento da EA e da DICE.
Chubb iniciou sua carreira justamente com Black, onde contribuiu para consolidar a sensação de peso e destruição nos tiroteios. “Era um FPS em que o foco estava muito nos combates intensos e na destruição estilizada”, relembrou em entrevista recente ao Voxel.
Entre o início na Criterion e a chegada à DICE, ele também atuou em títulos de corrida como os clássicos Burnout e Need for Speed, até retornar ao gênero de tiro em primeira pessoa.
Agora, como produtor de Battlefield 6, Chubb promete entregar uma experiência de grande escala, com ênfase em destruição e intensidade — elementos que remetem diretamente ao espírito de Black.
Black 2 nunca foi lançado por divergências criativas e pela falta de consenso entre a Criterion e a EA sobre o futuro da franquia. O projeto chegou a existir em múltiplas versões, mas acabou cancelado antes de sair da pré-produção.
Os planos incluíam desde uma continuação direta até uma reinicialização completa com foco em jogabilidade cooperativa. Contudo, o avanço de outros projetos da EA acabou deixando Black de lado.
Quase 20 anos depois, parte desse legado continua vivo em Battlefield 6, agora sob responsabilidade de Jeremy Chubb, que esteve envolvido com Black desde a sua concepção.
Chegou a jogar esse clássico da era PS2? Acha que Black deveria ter tido uma sequência direta ou reboot completo como defendia a EA? Conte sua opinião para a gente nas redes sociais do Voxel!