Quem teve um telefone celular convencional ou smartphone anos atrás pode se lembrar de uma característica desses aparelhos que hoje quase não existe mais. Os dispositivos tinham a bateria removível, normalmente acessada de forma intuitiva por meio de uma tampa traseira.
Essa característica, entretanto, é quase inexistente em modelos contemporâneos — e deixa saudades em uma parcela da comunidade que gostava da liberdade de retirar a bateria quando quisesse, trocá-la por outra já totalmente carregada ou até substituída em definitivo mais facilmente em caso de defeito.
O primeiro iPhone, lançado pela Apple em 2007, foi um dos primeiros modelos mais chamativos e populares a optar por uma bateria já conectada e “presa” ao corpo do aparelho, além de dificultar a abertura da carcaça do aparelho por consumidores sem ferramentas ou experiência na área.
Mas você sabe quais são os motivos que explicam essa mudança de rumo na indústria? A seguir, listamos o conjunto de fatores que, em conjunto e gradualmente, alteraram esse aspecto dos smartphones.
O motivo do fim das baterias removíveis em celulares
No geral, a mudança das fontes de energia removíveis para os componentes já integrados ao aparelho e com acesso dificultado ao usuário é explicado por questões de design e mudanças na própria fonte de energia.
Os modelos com bateria removível normalmente têm uma menor impermeabilidade e certificação, ou seja, piores níveis de resistência contra água e poeira — os padrões IP68 ou até IP69 são o mais frequentes em modelos acima da categoria dos intermediários, exceto no caso dos celulares dobráveis;
Além disso, trabalhar com a bateria já integrada e sem espaço para remoção ajudou a tornar os aparelhos mais finos e leves. Isso porque as fabricantes agora priorizam a otimização do espaço interno, a busca por uma espessura cada vez menor e baterias que não exijam um capa protetora e outros conectores, como seria no caso das removíveis.
Além disso, a própria tecnologia das baterias melhorou o suficiente nas últimas duas décadas para que a fonte de energia — normalmente de íon-lítio, mas já com alguns exemplares de silício-carbono — dure vários anos sem a necessidade de troca ou riscos graves de acidente. Casos como o do Galaxy Note 7 da Samsung, felizmente, são exceções.
Outro ponto a ser notado é que, com o passar do tempo, a maior parte do público parou de reclamar da ausência de baterias removíveis nos aparelhos por várias questões. Elas incluem até uma mudança nos hábitos do consumidor: hoje em dia, estamos mais acostumados a recarregar um smartphone com mais frequência como parte da rotina, sem tanta necessidade de uma bateria extra para troca imediata.
Além disso, é comum que pessoas mais preocupadas com o nível de bateria do dispositivo carreguem entre os pertences uma fonte de energia externa, como um power bank, que pode garantir um uso prolongado do celular longe de uma tomada.
Existem smartphones modernos com bateria removível?
Apesar de ser uma mudança adotada em massa pela indústria, ainda há exceções no mercado. Uma pequena quantidade de dispositivos não só conta com uma bateria removível, mas lista isso até como um diferencial para quem prefere um alto nível de personalização ou troca rápida de componente.
 "Por que celulares não têm mais baterias removíveis? Quem teve um telefone celular convencional ou smartphone anos atrás pode se lembrar de uma característica desses aparelhos que hoje quase não existe mais. Os dispositivos tinham a bateria removível, normalmente acessada de forma intuitiva por meio de uma tampa traseira.")
Alguns dispositivos que permitem isso atualmente incluem os seguintes exemplos:
- o Fairphone 5, atual geração do celular modular e sustentável, que pode ter diversas peças trocadas para não ficar obsoleto rapidamente;
- alguns aparelhos da fabricante chinesa Dogee, como o Fire 6 Max;
- o Samsung Galaxy Xcover 7, modelo especial para uso em trabalhos industriais e pesquisas de campo, com corpo resistente a quedas e pancadas;
Essa situação pode mudar dentro de alguns anos. De acordo com uma legislação já aprovada na União Europeia, os celulares vendidos a partir de 2027 devem trazer uma bateria “pronta para remoção” — o que não significa removível como anteriormente, mas com um acesso relativamente facilitado a partir de certas ferramentas simples e que não exija sempre uma assistência técnica especializada.
Curioso para saber quais são os smartphones vendidos atualmente com a melhor bateria? Confira essa lista preparada pelo TecMundo!
