Por que o gás do riso nos faz rir? Entenda a ação no corpo humano

O óxido nitroso (N₂O), também conhecido como “gás do riso”, é um composto químico com propriedades curiosas. Além de seu uso como anestésico e analgésico em procedimentos médicos e odontológicos, ele também provoca um efeito de euforia em quem o inala, o que causa as crises de riso involuntárias. 

Mas afinal, por que isso acontece? E quais são os riscos desse uso? Neste artigo, explicamos como o gás age no organismo. Acompanhe!

O que é o óxido nitroso?

Modelo esférico e bastão do óxido nitroso (N₂O), com distâncias interatômicas indicadas / Crédito: Ben Mills (Wikimedia)

O químico Joseph Priestley descobriu o N₂O em 1772. O gás é incolor, levemente adocicado, pouco solúvel no sangue e atua rapidamente. Ele começa a fazer efeito em cerca de 30 segundos e perde sua ação aproximadamente 60 segundos após a interrupção da inalação, sendo eliminado pelos pulmões sem deixar resíduos metabólicos.

Além do campo médico, o óxido nitroso também aplica-se de formas curiosas. Na indústria de alimentos, funciona como propelente em latas de chantilly. No automobilismo e em foguetes, aumenta a potência dos motores.

Uso como entretenimento e na odontologia

Em 1844, em Nova York, o ex-estudante de medicina Gardner Colton apresentou uma paródia de Shakespeare no teatro, onde o destaque foi a inalação de óxido nitroso, fazendo o público rir com voz distorcida.

Em alguns países, como o Brasil, o óxido nitroso é permitido apenas para fins medicinais, servindo como ansiolítico, analgésico e anestésico. Imagem: Nourinet – Shutterstock

Essa foi parte das populares “exposições de gás hilariante” que se espalharam nos EUA no século XIX. Anos depois, Colton seria assistente do dentista Horace Wells, e participou da primeira demonstração do gás como anestésico.

Entretanto, décadas antes, o químico Humphrey Davy, em seus estudos sobre o óxido nitroso no Reino Unido, registrou a capacidade da substância de provocar euforia, risos, tontura e dormência.

Posteriormente, ele percebeu que o gás também tinha potencial para aliviar a dor. Antes de ter um uso clínico, o gás divertiu a alta sociedade britânica em festas.

Somente em 1863, Colton passou a aplicar o gás em procedimentos dentários, permitindo que os pacientes experimentassem conforto real e consolidando o óxido nitroso como anestésico.

O efeito no corpo humano

Por que ele causa riso?

Homem segurando a barriga de tanto rir (Imagem: Khosro/Shutterstock)

Apesar de ser conhecido como “gás hilariante”, o mecanismo exato ainda não é totalmente compreendido. O que se sabe é que o N₂O interfere na liberação de neurotransmissores, como dopamina e endorfina, afetando áreas do cérebro ligadas às emoções e à autocensura.

Essa pequena interferência no sistema nervoso gera relaxamento, sensação de leveza e, em alguns casos, risadas espontâneas e involuntárias. É como se o cérebro desligasse temporariamente seus freios emocionais.

Além de causar euforia, o óxido nitroso também possui propriedades médicas relevantes. Ele age como um analgésico comparável a 15 mg de morfina, mostra-se eficaz em situações de emergência, como traumas e infartos, e ainda ajuda a reduzir a ansiedade em pacientes pediátricos.

Ele age rapidamente no sistema nervoso, gerando calma, euforia leve e redução da ansiedade, mas sem causar sono profundo. Os efeitos aparecem em 3 a 5 minutos e incluem relaxamento, sensação de leveza, tontura e formigamento.

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Riscos e contraindicações

Gás do riso (Imagem: BeataGFX – Shutterstock)

O óxido nitroso é seguro para a maioria das pessoas, inclusive crianças, mas não deve ser utilizado em menores de 2 anos, em pacientes com problemas respiratórios, congestão nasal, deficiência de vitamina B12 ou em portadores de condições psiquiátricas graves. 

O procedimento é relativamente simples: o paciente inala o gás por uma máscara, em dosagem ajustada pelo médico ou dentista, geralmente em combinação com anestesia local. Os efeitos desaparecem em poucos minutos após a interrupção da inalação, permitindo que o paciente retorne rapidamente ao estado normal.

Situações médicas de risco

(Imagem: New Africa/Shutterstock)

Por ser mais solúvel que o oxigênio e o nitrogênio, o óxido nitroso pode se acumular em cavidades de ar do corpo. Isso torna seu uso contraindicado em casos de pneumotórax, obstrução intestinal ou após mergulhos, devido ao risco de embolia. 

Além disso, a substância pode alterar a frequência respiratória e elevar a pressão intracraniana. Isso reforça a necessidade de supervisão médica criteriosa durante sua aplicação.

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