A transpiração é uma função natural e essencial do corpo humano. Em sua forma mais comum, atua na regulação da temperatura corporal, especialmente em dias quentes ou durante atividades físicas. No entanto, nem sempre o suor está ligado ao calor ou ao esforço físico.
Situações emocionais intensas, como estresse, ansiedade ou medo, também podem ativar esse mecanismo. É por isso que muitas pessoas suam antes de uma entrevista de emprego ou ao falar em público.
Neste artigo, vamos explicar por que isso acontece e qual é a diferença entre o suor provocado por fatores emocionais e aquele gerado pelo esforço físico.
As glândulas que produzem suor
O corpo humano possui dois tipos principais de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas.
- Glândulas écrinas: são as mais numerosas e estão espalhadas por toda a pele. Elas são ativadas principalmente por estímulos térmicos, ou seja, entram em ação quando a temperatura do corpo sobe. O suor produzido por essas glândulas é mais aquoso e inodoro, com o objetivo principal de resfriar o corpo por meio da evaporação.
- Glândulas apócrinas: encontradas em regiões específicas, como axilas e virilha, essas glândulas começam a funcionar na puberdade e são ativadas por estímulos emocionais. O suor apócrino é mais espesso e contém proteínas e lipídios que, ao entrar em contato com as bactérias da pele, resultam em odor corporal mais forte.
Durante momentos de estresse ou ansiedade, ambos os tipos de glândulas podem ser ativados. Isso explica por que sentimos suor frio nas mãos, manchas nas axilas e até gotas escorrendo pelo rosto, mesmo em ambientes com temperatura amena.
Suor emocional x suor térmico
Embora ambos tenham as mesmas características (líquido claro e salgado composto por água e sais minerais), há diferenças importantes entre eles. O suor emocional é causado por emoções intensas, como estresse e ansiedade, e surge de forma súbita, principalmente nas mãos, axilas, rosto e pés.
Já o suor térmico aparece gradualmente com o aumento da temperatura corporal e se espalha por todo o corpo. O odor também difere: o suor emocional tende a ser mais forte, devido às glândulas apócrinas, enquanto o suor térmico, regulado pelas glândulas écrinas, é mais suave.
O papel do sistema nervoso simpático
De acordo com o dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em entrevista à CNN Brasil, a produção de suor é regulada pelo sistema nervoso simpático. Esse sistema atua de forma involuntária e entra em ação sempre que o corpo precisa reagir a situações de ameaça, sejam elas físicas ou emocionais.
Em momentos de tensão, o sistema simpático ativa o chamado “modo de luta ou fuga”. Nesse processo, há uma liberação de adrenalina e noradrenalina, hormônios que aumentam a frequência cardíaca, direcionam o fluxo sanguíneo para os músculos e também estimulam as glândulas sudoríparas. O objetivo é preparar o corpo para reagir rapidamente ao “perigo” percebido, mesmo que ele não seja físico, como falar em público ou ter uma conversa difícil.
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Quando o suor é excessivo?
A sudorese é natural e saudável, mas quando se torna excessiva, pode indicar uma condição chamada hiperidrose. Ela ocorre quando há produção de suor em quantidade maior do que o necessário para manter o equilíbrio térmico do corpo.
A hiperidrose pode ser localizada (em regiões como mãos, pés, axilas e rosto) ou generalizada. Muitas pessoas com transtornos de ansiedade também relatam episódios frequentes de suor excessivo, especialmente em situações sociais, o que pode agravar ainda mais o desconforto emocional.
Como lidar com o suor causado pela ansiedade?
Controlar o suor emocional começa pelo gerenciamento da própria ansiedade. Algumas estratégias úteis incluem:
- Técnicas de respiração e relaxamento: respirar profundamente ajuda a ativar o sistema nervoso parassimpático, que desacelera o ritmo cardíaco e reduz a produção de adrenalina.
- Prática regular de exercícios físicos: a atividade física ajuda a diminuir os níveis de estresse e melhora a regulação do sistema nervoso.
- Uso de antitranspirantes específicos: existem produtos formulados para reduzir a atividade das glândulas sudoríparas, principalmente nas axilas, mãos e pés.
- Psicoterapia: o acompanhamento psicológico pode ser fundamental para aprender a lidar com gatilhos emocionais e desenvolver mecanismos de enfrentamento mais eficazes.
O post Por que suamos quando estamos ansiosos? Veja o que você pode fazer para amenizar o problema apareceu primeiro em Olhar Digital.