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“Porta do Inferno”: o que é a cratera que queima há mais de 50 anos?

by Fesouza
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Recentemente foi revelado que a misteriosa “Porta do Inferno”, uma cratera que expele fogo há mais de 50 anos, alimentada pelo gás natural presente na região, está perdendo força. Mas como essa formação surgiu? Localizada no norte do Turcomenistão, na Ásia Central, a Cratera de Darvaza, com 69 metros de largura e 30 metros de profundidade, queima há 54 anos.

Como a “Porta do Inferno” surgiu?

A origem da cratera ainda é motivo de dúvidas. Segundo a teoria mais difundida, em 1971, geólogos soviéticos perfuravam o deserto de Karakum em busca de petróleo quando encontraram uma reserva de gás natural, fazendo com que o solo desmoronasse e formasse três grandes sumidouros.

“Porta do Inferno”: o que é a cratera que queima há mais de 50 anos?
Embora seja um ambiente hostil, a Cratera de Darvaza atrai muitos interessados em turismo de aventura. Imagem: AlexelA – Shutterstock

Para evitar que o metano vazasse para a atmosfera, atearam fogo a um dos sumidouros, acreditando que as chamas se extinguiriam em semanas. No entanto, o fogo persiste até hoje.

Em 2013, uma expedição realizada pelo canal National Geographic tentou esclarecer a origem da cratera. George Kourounis, que liderou a equipe, relatou que não há documentos oficiais que confirmem a história.

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Após sua primeira visita à região, o explorador descobriu que ninguém sabia ao certo como a cratera se formou. “Uma das coisas mais impressionantes — e frustrantes — sobre essa cratera é que não há muita informação disponível. Nem mesmo no país”, disse.

Ele afirmou ter feito “todo o possível” para encontrar registros oficiais ou reportagens sobre o incidente, mas “nada”.

Ilustração de cratera apelidada de portal para o inferno
(Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

Outra versão para a formação

Uma teoria alternativa sugere que a cratera teria se formado na década de 1960 e começado a queimar cerca de 20 anos depois. “Há até controvérsias sobre se o fogo foi acidental — causado por um raio, por exemplo — ou intencional”, explicou Kourounis.

Outra hipótese propõe o uso da técnica de flaring, comum na extração de gás natural, em que excedentes são queimados por questões econômicas e de segurança — prática semelhante à adotada por refinarias de petróleo, como no incidente em Cubatão, no litoral paulista.

“Porta do Inferno”: o que é a cratera que queima há mais de 50 anos?
Clarão no céu assusta moradores de Cubatão (SP) Créditos: Reprodução Redes Sociais

No entanto, especialistas acreditam que, se esse fosse o caso, os registros teriam sido classificados como ultrasssecretos, já que a energia era estratégica para os soviéticos.

Para o historiador Jeronim Perović, professor de História da Europa Oriental na Universidade de Zurique (Suíça), a falta de dados consistentes sobre a “Porta do Inferno” faz sentido.

“É um reflexo de como as coisas funcionavam na era soviética”, disse. “Naquela época, só se divulgavam os sucessos, não os fracassos. Se algo desse errado, ninguém queria que a informação vazasse.” Com informações do Science Alert.

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