Ainda sabemos muito pouco sobre a vida no nosso planeta há milhões de anos atrás. A recente descoberta do maior pássaro carnívoro que já pisou na Terra comprova isso. Agora, pesquisadores fizeram uma nova descoberta relacionada a este animal, conhecido como “Pássaro do terror”.
Uma equipe de cientistas identificou marcas que aparentavam ser de mordida no fóssil de uma destas aves antigas. Isso sugere que o animal teria sido atacado por um outro predador, um jacaré gigante, há cerca de 12 milhões de anos.

“Pássaros do terror” eram predadores de ponta
- Chamado de “pássaro do terror”, esta criatura vivia onde hoje fica o deserto de Tatacoa, na Colômbia, há cerca de 12 milhões de anos.
- Estes animais poderiam ter até três metros de altura e ocupariam uma posição no alto da cadeia alimentar.
- A presença de bicos enormes, sugere que eram predadores eficientes.
- Segundo os cientistas, o Phorusrhacidae não podia voar e era altamente adaptado para correr em busca de alimento.
- Uma das principais dificuldades para entender melhor a espécie é a escassez de fósseis do animal.
- Para os pesquisadores, isso pode sugerir que eles eram predadores de ponta, que tendem a viver em densidades muito mais baixas do que suas presas.
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Jacaré gigante teria sido responsável pela mordida
Apesar de serem predadores temíveis, os “pássaros do terror” não estavam necessariamente seguros perto da água. É isso o que indica um novo estudo publicado na revista Biology Letters. No trabalho, pesquisadores analisaram marcas de dentes no osso da perna de uma das aves antigas.
O fóssil foi desenterrado na região de La Venta, na atual Colômbia. Nele, foram identificadas quatro marcas, que provavelmente teriam sido causadas por uma poderosa mordia. Num primeiro momento, no entanto, os cientistas não souberam explicar o que teria atacado a ave.

No novo trabalho, a equipe criou imagens 3D detalhadas do fóssil. Dessa forma, puderam identificar que não havia sinais de cicatrização. Além disso, identificaram que o tamanho e a forma das marcas eram condizentes com uma mordida de um jacaré da espécie Purussaurus neivensis, que teria quase cinco metros de comprimento. As informações são do portal Live Science.
Na minha opinião, este estudo contribui para a compreensão da dieta do Purussaurus, a paisagem do medo perto dos corpos d’água em La Venta durante o Mioceno médio e as complexas interações ecológicas nos ecossistemas proto-amazônicos da América do Sul. Aprendemos que as aves do terror também podem ser predadas e que até mesmo ser um predador de ponta tem riscos.
Andrés Link, pesquisador da Universidade dos Andes, na Colômbia, e principal autor do estudo
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