Pesquisadores já criaram mapas 2D de exoplanetas, um passo essencial para estudar esses astros. Nesta semana, uma equipe internacional de astrônomos conseguiu criar, pela primeira vez, um mapa 3D de um exoplaneta do tipo Júpiter quente.
O mapeamento foi possível graças a uma combinação de técnicas e revelou detalhes inéditos sobre objeto.

Exoplaneta Júpiter quente já era conhecido
O exoplaneta em questão é o WASP-18b, do tipo Júpiter quente. Ele tem 10 vezes a massa de Júpiter, mas está tão perto de sua estrela que a órbita dura apenas 23 horas.
Essa proximidade o mantém em um estado de maré, quando a força gravitacional faz com que a rotação desacelere. Nesse caso, apenas um dos lados dele fica voltado para a estrela.
O WASP-18b já era conhecido. Observações anteriores feitas pelo Telescópio Espacial James Webb revelaram, inclusive, a presença de vapor d’água por lá. O exoplaneta também já contava com seu próprio mapa 2D, criado a partir de observações em uma única cor, e publicado em pesquisa em 2023.

Primeiro mapa 3D do exoplaneta
Agora, os mesmos pesquisadores responsáveis pelo mapa 2D criaram um mapa 3D. Para isso, a equipe usou um espectrógrafo, que divide a luz em comprimentos de onda (ou seja, em diversas cores). Isso permite observar moléculas, temperaturas e altitudes que o mapa 2D não conseguia.
O estudo também observou o exoplaneta antes e depois da órbita pela estrela. Ryan Challener, associado de pós-doutorado da Universidade Cornell e autor principal do estudo, afirmou em comunicado que isso serve para procurar mudanças em pequenas porções do planeta à medida que elas desaparecem e reaparecem.
O novo estudo foi publicado nesta semana na revista Nature Astronomy.

Mapeamento revelou detalhes inéditos do exoplaneta
O mapa 3D deu mais detalhes sobre o WASP-18b:
- A combinação de técnicas permitiu entender a temperatura do exoplaneta;
- Com isso, a equipe descobriu que, devido ao bloqueio de maré, há um ponto na atmosfera onde a temperatura é muito mais alta do que qualquer outro lugar. Além disso, há menos vapor d’água por lá do que no restante da atmosfera;
- Esse ponto quente é cercado por um anel frio.
Segundo Challener, a descoberta é “uma evidência de que o planeta está tão quente nesta região que está começando a decompor a água”. Isso já era previsto em teoria, mas, agora, pode ser observado na prática.
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Como lembrou o site IFLScience, o Telescópio Espacial James Webb seguirá fazendo observações de exoplanetas Júpiteres quentes. A esperança é que mais mapas 3D surjam no futuro.
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