O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço sejam diagnosticados em 2025. Nestes casos, não basta apenas tratar o tumor. Outra dificuldade é a aparência dos pacientes.
Pensando nisso, o Instituto Mais Identidade, organização sem fins lucrativos de São Paulo, desenvolve e oferece próteses gratuitas. Elas são produzidas usando tecnologia de uma impressora 3D e um aparelho celular.

Muito mais baratas e rápidas de serem produzidas
- Segundo reportagem da BBC, as próteses são mais acessíveis (as convencionais podem custar até R$ 50 mil) e personalizadas.
- Além disso, podem ser produzidas mais rapidamente.
- Elas são oferecidas gratuitamente para pacientes que passaram por tratamento contra o câncer na região da cabeça e pescoço e também para pessoas com algum tipo de deficiência nessa área do corpo.
- Ao contrário das próteses tradicionais, que exigem longos processos de moldagem, altos custos e ajustes manuais, as versões feitas em impressoras 3D podem ser desenvolvidas a partir de imagens digitais feitas com câmeras de smartphones.
- Isso reduz o tempo de espera de meses para semanas ou até mesmo dias.
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Como as próteses são feitas
Para criar a prótese, o rosto do paciente é registrado por meio de fotografias digitais, que são transformadas em modelos tridimensionais realistas. A área afetada é recriada com o auxílio de softwares que permitem o planejamento preciso da prótese.
Em seguida, a peça é produzida em resina em uma impressora 3D e esse molde é testado no paciente para ver se há a necessidade de alguma adequação. Com o molde aprovado, ele é encaminhado para a confecção, feita manualmente em silicone, e recebe as características individuais de cada paciente, como cor da pele e outros detalhes.

Esse tipo de prótese pode ser colocada de duas maneiras. A primeira, e mais simples, é através de adesivos que “colam” ela ao rosto do paciente com um adesivo próprio para a pele. Já a segunda, é através de magnetos, sendo necessário que o paciente faça uma cirurgia para a implantação de pinos de titânio na região do rosto onde a prótese vai se encaixar.
A escolha da prótese depende de cada paciente e se a estrutura óssea da face foi preservada após a remoção do tumor. Em muitos casos, parte dessa estrutura também fica comprometida, o que faz com que a prótese indicada seja a autocolante.
Luciano Dib, cirurgião bucomaxilofacial e diretor do Instituto Mais Identidade
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